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Lula tenta unir China, Índia e Rússia contra tarifaço de Trump

Nos últimos seis dias, Lula conversou por telefone com os líderes da China, Índia e Rússia.  Na quinta-feira (7/8) falou com Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia. No sábado (9/8) telefonou para Vladimir Putin, presidente da Rússia. Nesta segunda-feira (11/8) ligou para Xi Jinping, presidente da China.

Lula deu um sentido de urgência a essas conversas. Sugeriu a Jinping, Putin e Modi um “debate” sobre a política de tarifaço de Donald Trump no grupo de países conhecido como Brics, que o Brasil preside até dezembro.

Eles escutaram, mas não houve compromisso, relatam diplomatas. Entre outras razões, porque inexistem interesses comuns entre Brasil, China, Índia e Rússia nas relações com os Estados Unidos. São antagônicos, por exemplo, nos casos da China e da Índia.

Telefonar a Pequim, Nova Delhi e Moscou foi para demonstrar que ele não está isolado, como sugere o tratamento desdenhoso que tem recebido de Trump — cuja vitória eleitoral, em novembro do ano passado, ele classificou como “nazismo com outra cara”.

As conversas devem seguir com os governos da África do Sul e da Indonésia, entre outros. Tendem a se desdobrar em negociações para ampliar o comércio. É o caso do México, para onde viaja o vice-presidente Geraldo Alckmin na próxima semana. Ou insistir com a União Europeia na assinatura ainda neste ano do acordo Mercosul-União Europeia.

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Lula hesita sobre a ideia de procurar Trump: “Minha intuição me diz: ‘Ele não quer conversa’; e eu não vou me humilhar”, argumentou aos repórteres Brad Haynes e Lisandra Paraguassu, da Reuters, na quarta-feira (6/8). Mas já encontrou ao menos uma razão, um motivo oficial, para justificar um telefonema à Casa Branca: convidar o presidente dos Estados Unidos para a cúpula ambiental em Belém, em novembro.

Trump já conversou com mais de 60 chefes de Estado e de governo de países que integram a ONU. Deliberadamente, ignorou o Brasil. Impôs tarifa recorde que inviabiliza parte do comércio bilateral, alegando solidariedade com Jair Bolsonaro, em julgamento por tentativa de golpe de estado depois de derrotado nas urnas. Bolsonaro, que reivindicava intervenção externa, se tornou garoto-propaganda de um ataque estrangeiro ao próprio país.

Na prática, Trump imobilizou o Brasil ao cortar as comunicações com o governo e legitimar um tarifaço de repercussão negativa previsível na economia de 22 Estados.

Lula procura alternativas, no momento fora da negociação presidencial direta. Seu problema é garantir a estabilidade da economia na travessia dos 15 meses que lhe restam no Palácio do Planalto.

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