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Lula recupera dois dígitos de popularidade no Sudeste, região mais afetada pelo tarifaço

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 16, mostra que o presidente Lula recuperou popularidade no Sudeste, região que reúne os quatro estados que mais exportaram para os Estados Unidos em 2024 — e também os três maiores colégios eleitorais do país.

O levantamento foi realizado depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, como forma de, entre outros objetivos, pressionar as autoridades brasileiras a livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro de condenação pela suposta tentativa de golpe.

No Sudeste, a desaprovação ao governo caiu de 64% em maio para para 56% em julho, uma redução de oito pontos percentuais. Já a aprovação passou de 32% para 40% no mesmo período. Em dois meses, portanto, o saldo negativo entre desaprovação e aprovação, que era de 32 pontos percentuais, caiu pela metade, para 16 pontos.

Maior colégio eleitoral do Brasil, o Estado de São Paulo respondeu no ano passado por 33,6% das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Rio de Janeiro, o terceiro maior colégio eleitoral, ficou em segundo lugar nas vendas (18,4%), enquanto Minas Gerais, a segunda unidade da Federação com mais eleitores, fechou na terceira posição em transação comercial (11,4%), conforme dados do governo.

Fôlego a mais

No geral, Lula recuperou popularidade, mas dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais. Entre maio e julho, a desaprovação caiu de 57% para 53%, e a aprovação subiu de 40% para 43%. Além do resultado no Sudeste, chama a atenção a melhora da imagem do presidente em alguns segmentos específicos.

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Entre as mulheres, a desaprovação caiu cinco pontos percentuais, de 54% para 49%. Já a aprovação saltou de 42% para 46%. O presidente também ganhou terreno em setores que não foram suas bases de apoio tradicionais, como entre quem tem renda mensal entre dois e cinco salários mínimos e entre quem tem ensino superior completo.

“A recuperação do governo aconteceu na classe média, com maior escolaridade, no Sudeste. São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas do Trump e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui”, afirma o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest.

Duelo de presidentes

A pesquisa também sondou a percepção popular sobre os mandatários envolvidos na polêmica em torno do tarifaço. Dos entrevistados, 66% disseram que sabiam da carta enviada por Trump a Lula. Para 72%, o presidente norte-americano está errado ao impor taxas a produtos brasileiros por acreditar que há perseguição a Bolsonaro. Para 57%, Trump não tem o direito de criticar o processo em que Bolsonaro é réu. Já 79% afirmaram que o tarifaço prejudicará as suas vidas.

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A sondagem também traz dados que podem ser usados pelos dois principais líderes políticos do país. Para 55% dos entrevistados, Lula provocou Trump ao criticá-lo no encontro do Brics. Mas percentual parecido (53%) afirma que o petista está certo ao reagir com a possibilidade de adotar reciprocidade na relação com os norte-americanos.

Perguntados sobre quem está fazendo a coisa mais certa no embate, 44% responderam Lula, 29% Bolsonaro e seus aliados e 15% nenhum dos lados.

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