Diante da fracassada operação de seus auxiliares para tentar evitar as derrotas do decreto do aumento do IOF na Câmara e no Senado em apenas um dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou a interlocutores que entrará em campo mais uma vez para tentar arrumar a casa, reconstruir e fortalecer as pontes de sua gestão com o Congresso.
A ofensiva do petista terá como alvo preferencial os integrantes da cúpula do parlamento, que operaram juntos para impor um atropelo ao governo em uma mesma noite. O primeiro passo será telefonar para os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, e tentar uma reaproximação.
O movimento não foi feito antes das votações, porque a derrota já era considerada consumada e acionar sem efeitos seria visto como um revés ainda maior.
Nessas ligações, o presidente já deve abordar a provável judicialização do tema, buscando atribuir uma transparência ao relacionamento entre os Poderes – incomodou muito o fato de Motta e Alcolumbre terem decidido votar o PDL de forma repentina e sem avisar o Executivo.
Lula já foi alertado por lideranças de que passos pontuais não vão funcionar – dizem que isso já foi feito outras vezes nesses dois anos e meio de mandato e nada resolveu.
Conselheiros de primeira hora reconhecem que Lula precisa participar com mais intensidade das articulações – o que já vem sendo dito a ele desde o início da gestão e que era uma cobrança recorrente de Arthur Lira, ex-presidente da Câmara.
Por isso, auxiliares avaliam que o petista deve chamar os chefes do Legislativo para uma conversa “tête-à-tête” para tentar entender como o Executivo pode atuar para melhorar a relação conturbada com os congressistas.
Ainda que saiba o que precisa ser feito, Lula empoderaria ambos ao dar espaço para opinarem sobre quais deveriam ser as próximas ações do governo.