O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira, 25, a abertura de processo disciplinar e a demissão do servidor público federal David Cosac Junior, da Controladoria-Geral da União (CGU), flagrado por câmeras de segurança agredindo sua então companheira e o filho dela, um menino de apenas quatro anos, em frente ao elevador na garagem do prédio em que viviam, em Águas Claras (DF). Na noite da véspera de Natal, 24, a Justiça do Distrito Federal concedeu uma medida protetiva para o menino.
O presidente disse que a agressão “é inadmissível” e determinou ao ministro Vinícius Marques de Carvalho, chefe da CGU, a abertura de processo administrativo disciplinar. “Não vamos fechar os olhos aos agressores de mulheres e crianças estejam eles onde estiverem, ocupem as posições que ocuparem. Um servidor público deve ser um exemplo de conduta dentro e fora do local de trabalho. O combate ao feminicídio e a toda forma de violência contra as mulheres é um compromisso e uma prioridade do meu governo”, disse o petista nas redes.
A agressão covarde de um servidor da Controladoria-Geral da União contra uma mulher e uma criança, divulgada em vídeo pela Imprensa, é inadmissível e precisa de uma resposta firme do Poder Público, considerando tratar-se um servidor federal.
Por isso determinei ao ministro…
— Lula (@LulaOficial) December 25, 2025
Carvalho divulgou uma nota, através da CGU, sobre o caso. Ele proibiu o servidor de entrar nos prédios do órgão e o removeu do cargo de chefia em que ele estava temporariamente, além de determinar a abertura de processo disciplinar. “No âmbito administrativo, a CGU já adotou providências imediatas. Os fatos divulgados indicam violação grave aos deveres funcionais previstos na Lei nº 8.112/1990, especialmente ao artigo 116, inciso IX, que impõe ao servidor público o dever de manter conduta compatível com a moralidade administrativa”, diz parte do comunicado.
Cosac Junior foi flagrado por câmeras de segurança da garagem do prédio em que vivia agredindo a sua ex-companheira e o filho dela, um menino de quatro anos. Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver que o menino está no colo da mãe, quando o servidor começa a desferir socos e tapas contra os dois. Ela tenta desviar das agressões e defender o filho, até o ponto de os dois caírem no chão. A agressão aconteceu no dia 7 de dezembro.
Depois disso, a mulher decidiu terminar o relacionamento. Foi aberta uma investigação criminal. A mãe pediu medidas protetivas apenas para o menino. Ele foi avaliado pelo Instituto Médico-legal (IML), que confirmou as agressões que estão no vídeo. A juíza Roberta Magalhães, do Juizado de Violência Doméstica de Águas Claras, determinou nesta quarta, 24, que Cosac Junior não pode se aproximar a menos de 300 metros do menino, frequentar a casa dele ou tentar qualquer tipo de contato, telefônico ou por mensagens eletrônicas, com ele.
A reportagem busca contato com a defesa de Cosac Junior, mas ele ainda não tem advogado no caso. O espaço está aberto para manifestação.