Líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner disse, nesta terça, que conversou com Lula antes da viagem do petista para a Malásia e saiu do encontro com o “sentimento” de que Jorge Messias, chefe da AGU, será indicado ao STF.
“Lula disse que não ficava bem indicar um nome para o Supremo e viajar por uma semana para a Malásia. Pelo que sinto dele, há uma convicção formada do presidente Lula. Ele não ter anunciado é porque ele entende que faltam algumas conversas para azeitar a indicação”, disse Wagner na CNN.
“Na minha opinião, ele deve voltar e confirmar a indicação. A cabeça é dele, a decisão é dele, mas, pelo que sinto da conversa, ele já tem uma convicção formada em torno do advogado da União”, seguiu Wagner.
O petista disse que Lula conversou com Davi Alcolumbre antes de viajar e ouviu apelos do chefe do Senado por Rodrigo Pacheco. Também disse que o senador mineiro vai conversar com Lula antes da definição da vaga ao STF.
O quanto a fala de Wagner é torcida ou uma situação consolidada sobre Messias não se sabe. O fato é que a decisão de Lula de viajar sem ter anunciado a escolha de Messias ampliou as esperanças dos aliados de Rodrigo Pacheco de verem o ex-chefe do Senado no Supremo.
Messias é um nome do petismo, tem um largo histórico de serviços prestados aos governos do PT, tem a simpatia de advogados ligados ao petismo e, pelo que mostra sua tese de doutorado, pensa como um clássico petista.
Essa proximidade ajuda Messias com Lula, mas dificulta sua vida no Senado, onde parlamentares querem tudo, menos um ministro no STF alinhado cegamente ao petismo e ao Planalto. Daí os desafios de Messias, caso seja escolhido por Lula.
Na entrevista, Wagner reconheceu que a aprovação do auxiliar de Lula no Senado “não será um passeio no parque”. Precisará de articulação e de muita negociação. Lula, como se sabe, terá dificuldades em preterir o candidato do chefe do Senado, Davi Alcolumbre, mas tem poderes e instrumentos suficientes para convencer os políticos.
