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Lula e Trump podem se encontrar na ONU: o que esperar

A Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa nesta semana em Nova York, será a primeira vez em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no mesmo local que o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, desde a eleição do americano e da aplicação pela Casa Branca de uma série de sanções ao Brasil.

Não há uma reunião bilateral confirmada, mas os dois podem ficar frente a frente como chefes de Estado no debate anual de alto nível que reúne 193 membros do organismo internacional. O potencial encontro ocorre no momento em que começaram a ser implementadas as tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, e depois que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com destaque para Alexandre de Moraes, tornaram-se alvos de sanções econômicas americanas.

A Assembleia Geral ocorrerá sob ameaça do anúncio de novas punições contra o Brasil depois da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão no caso da trama golpista. Marco Rubio, chefe da diplomacia americana, afirmou que deve fazer o comunicado ainda nesta semana, o que pode gerar constrangimentos à delegação brasileira. Trump classificou as acusações contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.

Lula, que criticou as ações dos Estados Unidos como “chantagem inaceitável” e prometeu defender a soberania do Brasil, já afirmou anteriormente não ter “problema pessoal” com o líder republicano. O petista declarou que, se cruzasse com ele nos corredores das Nações Unidas (existe uma antessala para os presidentes antes e depois dos discursos na sessão plenária), iria cumprimentá-lo. Celso Amorim, assessor especial da Presidência, tinha adiantado que um encontro formal não está na agenda, mas ressaltou que “nada é imutável”.

Em junho, existia a expectativa de uma possível reunião entre os presidentes durante a cúpula do G7 no Canadá, mas eles não cruzaram caminhos e o americano deixou o encontro antes do encerramento. De acordo com o governo brasileiro, não houve abertura por parte da Casa Branca para negociações a respeito das tarifas.

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Num artigo publicado no jornal americano The New York Times, Lula se disse a favor de “um diálogo aberto e franco com o presidente dos Estados Unidos”, mas chamou as sobretaxas impostas por Washington de “equivocadas e ilógicas”. No texto, ele também rebateu a ideia de que haja perseguição política no Brasil e enalteceu o Judiciário.

Para além do clima adverso entre Lula e Trump, outros assuntos-chave devem permear a assembleia: a guerra entre Ucrânia e Rússia, o conflito entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza, a escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela, além do combate às mudanças climáticas.

Historicamente, o Brasil é o país que abre os discursos na sessão plenária da assembleia. Antes disso, nesta segunda-feira, 22, Lula participará de uma cúpula que vai debater a solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio, defendida pelo Brasil. Os Estados Unidos sempre apoiaram a criação de um país para os judeus e outro, vizinho, para os palestinos, mas isso mudou sob o governo Trump.

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