Neste sábado, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura do Fórum Empresarial do Brics, no Rio de Janeiro. Em seu discurso, o presidente falou sobre a necessidade da criação de uma governança multilateral sobre IA.
“A inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral”, afirmou Lula.
Na fala direcionada a empresários, o presidente defendeu novamente o multilateralismo econômico. “Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional”, disse.
Segundo o petista, a colaboração internacional deve ser focada em iniciativas que coloquem a sustentabilidade em destaque. “O intercâmbio comercial do Brasil com o BRICS foi de 210 bilhões de dólares no ano passado, mais que o dobro do fluxo com a União Europeia. Só em produtos do agronegócio brasileiro, exportamos 71 bilhões de dólares. Nossos países podem liderar um novo modelo de desenvolvimento pautado em agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia”, afirmou.
Cúpula do Brics
No domingo, 6, e na segunda-feira, 7, o Rio de Janeiro recebe a Cúpula do Brics, evento que atua como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global. Desde 1º de janeiro deste ano, o Brasil assumiu a presidência do bloco com a missão de impulsionar os debates sobre governança global inclusiva, inteligência artificial e financiamento para combater as mudanças do clima, entre outros temas.
O bloco reúne 11 países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã com o objetivo de fortalecer a cooperação econômica, política e social entre seus membros, além de promover um aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional.
O grupo busca melhorar a legitimidade, a equidade na participação e a eficiência das instituições globais, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial e a OMC. Além disso, visa impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social.
Com informações de Agência Gov.