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Lucro do Banco do Brasil despenca 60% e executivo fala em ‘ano de ajuste’

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil foi de 3,7 bilhões de reais no segundo trimestre do ano, queda de 60% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando o lucro da instituição financeira foi de 9,5 bilhões de reais. Trata-se também de um recuo sobre o desempenho dos primeiros três meses do ano, quando o resultado foi de 7,3 bilhões de reais. A queda nesta comparação, portanto, foi de 48,7%. O balanço financeiro ruim deve impactar negativamente o desempenho das ações do banco na sessão de sexta-feira,15, da bolsa de valores.

As ações nesta quinta-feira,14, valorizaram 2,96%. Mas isso antes da divulgação dos resultados, tornados públicos após o fechamento da bolsa de valores.

O mês tem sido de notícias ruins para a direção do banco público. No dia 1º de agosto, o papel do Banco do Brasil caiu quase 7%. Pesava então contra o banco resultados que já eram considerados ruins no primeiro trimestre, a falta de um guidance para o lucro e até mesmo um boato, que era apenas isso, de que a instituição financeira não cumpriria determinações impostas pela Lei Magnitsky.

A situação pode ficar um pouco pior a partir desta sexta-feira. Evandro Medeiros, analista da Suno Research, chamou a atenção para um aspecto importante. Para ele, o “grande detrator de resultado foi o volume de provisões de 15,9 bilhões de reais que, mesmo excedendo em mais de 100% o montante provisionado no 2T24, ainda não foi capaz de elevar o índice de cobertura. A inadimplência de 90 dias foi de 4,21%”. À medida que a sexta-feira avance, relatórios serão divulgados por bancos e casas de investimento esmiuçando os resultados.

Além dos dados envolvendo provisões e inadimplência, a revisão da projeção de lucro líquido do banco neste ano também deve jogar contra as ações da empresa na bolsa de valores. Medeiros lembra que essa previsão oscilava em torno de 37 a 40 bilhões de reais no começo do ano. Agora, está entre 21 e 25 bilhões de reais. No primeiro semestre, o lucro foi de 11,2 bilhões. Essa diminuição afetará o pagamento de dividendos.

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Ano de ajustes para o Banco do Brasil

Geovanne Tobias, vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do Banco do Brasil, em vídeo gravado por ocasião da divulgação do balanço, comentou os resultados e foi transparente.

O executivo não se furtou de comentar o resultado negativo, foco da primeira resposta do CFO no vídeo disponível no YouTube. “Realmente esse resultado não reflete o potencial de geração de lucro do Banco do Brasil”.

O executivo indicou que o desempenho sofrível ocorreu, principalmente, por conta do aumento da inadimplência na carteira rural. A instituição financeira estatal é a principal financiadora do agronegócio brasileiro. “Foi o grande agressor. Foram mais de 7 bilhões de provisão que nós tivemos que considerar ali naquela carteira para o segundo trimestre”, indicou.

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Houve ainda, na análise de Tobias, aumento da inadimplência na carteira de micro e pequenas empresas. “Principalmente nas carteiras reestruturadas e renegociadas”.

Para o executivo, o resultado reflete o momento de ajuste pelo qual o banco passa. “2025, eu gostaria de reforçar, vai ser um ano de ajuste do nosso resultado para preparar o banco para sua retomada de resultados crescentes e sustentáveis”.

Resta saber agora se o mercado financeiro vai concordar com o CFO.

 

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