Um dia após a cúpula da Otan em Haia, os líderes das 27 nações membros da União Europeia chegam a Bruxelas, na Bélgica, nesta quinta-feira, 26, para uma cúpula que deve abordar os conflitos no Oriente Médio, a guerra na Ucrânia e as ameaças tarifárias do governo do presidente americano Donald Trump.
Os membros discutirão uma potencial 18ª rodada de sanções contra a Rússia e se devem ou não manter um limite de preço no petróleo russo — alguns países se opõem à medida pelo risco de aumento dos preços da energia.
Os líderes da UE também devem informar à Comissão Europeia nesta quinta-feira se desejam acatar o prazo de 9 de julho estabelecido por Trump para firmar um acordo comercial com os Estados Unidos com termos que favoreçam Washington ou se continuarão negociando por um acordo melhor.
“Uma guerra comercial torna ambos os lados do Atlântico mais pobres e é simplesmente estúpida. Portanto, apoio a abordagem da presidente da Comissão, que sempre manteve a calma e negociou para chegar a um resultado”, disse o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, sobre o acordo com os EUA. “Se isso acabar em tarifas unilaterais e injustas, teremos que tomar contramedidas proporcionais e bem direcionadas.”
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, renovou suas críticas à Israel na guerra em Gaza, afirmando que o território palestino está em uma “situação catastrófica de genocídio” e apelando para que a UE que suspenda imediatamente seu acordo de associação com Israel.
Sánchez argumentou que “não faz sentido” que o bloco tenha imposto 18 rodadas de sanções contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, mas “em um padrão duplo, nem mesmo é capaz de suspender um acordo de associação” com Israel.
A cúpula terminará com uma declaração de conclusões que definirá a agenda para o bloco europeu para os próximos quatro meses.
Cúpula da Otan
A maioria dos líderes presentes em Bruxelas na quinta-feira participaram da cúpula da Otan em Haia na véspera, onde os membros da aliança militar concordaram em aumentar seus gastos militares para 5%, após intensa pressão da Casa Branca, responsável por 62% dos gastos totais do ano passado.
O novo valor de 5% será dividido entre 3,5% para os gastos militares básicos, como compras de armas e salários das Forças Armadas, e 1,5% para infraestrutura, inteligência, segurança cibernética e outros gastos dos aliados.
Os líderes também ressaltaram seu “compromisso inabalável” com a garantia de segurança coletiva da Otan — “que um ataque a um é um ataque a todos”. Antes da cúpula, Trump havia levantado dúvidas sobre se os Estados Unidos defenderiam seus aliados.