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Levamos o novo XC60 para uma viagem de 650 quilômetros até Paraty

Já passa das 22h quando passamos pela cidade de Cunha, no interior de São Paulo, e seguimos em direção a Paraty, no Rio de Janeiro. O trecho final da viagem passa pela famosa (e também temida) serra que liga as duas cidades. É parte da Estrada Real, maior rota turística do país, com mais de 1600 quilômetros de extensão, que liga Minas Gerais ao Rio de Janeiro, passando por São Paulo. Apenas 46 quilômetros separam as duas cidades, mas a serra é íngreme, cheia de curvas sinuosas e trechos estreitos. O trajeto já foi mais complicado, com partes da estrada de terra. Hoje, todo o percurso é asfaltado. É também uma rota cênica, que passa pelo Parque Nacional da Serra da Bocaina, com boa parte da vegetação composta por espécies da Mata Atlântica. Mesmo à noite, é um trajeto bonito, mas que exige atenção redobrada, especialmente por conta da fauna local, que pode sair da mata e avançar na estrada. Descer o trecho da Serra do Mar foi parte da primeira etapa de nossa viagem a bordo do Volvo XC60 que saiu de São Paulo com destino a Paraty.

O XC60 é um dos poucos modelos híbridos plug-in que a fabricante sueca mantém em seu portfólio. Além deste SUV médio, há também o XC90, maior, com capacidade para sete pessoas. Os outros carros oferecidos são todos elétricos, começando pelo compacto EX30, que foi o terceiro elétrico mais vendido do Brasil no primeiro semestre deste ano – e chegando no EX90, o novo flagship da marca, lançado em abril. Esse portfólio confirma a estratégia da empresa de focar na eletrificação da frota.

Igreja Matriz de Paraty, construída em 1712
Igreja Matriz de Paraty, construída em 1712André Sollitto/VEJA

O XC60 também é o modelo mais vendido da Volvo em sua história. Foram mais de 2,7 milhões de unidades comercializadas desde seu lançamento, em 2008. A versão atual foi recentemente reestilizada, com nova grade e novo para-choque e detalhes externos escurecidos, sem elementos cromados que marcaram versões anteriores. Recebeu também mudanças no interior, com novo sistema multimídia, sistema de som premium Bowers & Wilkins High Fidelity a partir da versão Ultra. E suspensão pneumática, que se adapta a diferentes tipos de terreno.

O destino não foi escolhido ao acaso. A cidade de Paraty sedia a etapa brasileira do UTMB World Series, o maior circuito de Trail Running do mundo. Durante um final de semana, a histórica cidade do Rio se torna o centro da corrida de montanha. Há gente de vários países, principalmente da América Latina, que lotam as ruas, pousadas e restaurantes da cidade – que tem uma vocação para se transformar de acordo com seus visitantes. Por conta da distância, seria também uma boa oportunidade para testar a autonomia do modelo.

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O modelo híbrido trabalha com dois motores, um 2.0 turbo movido a gasolina e outro, elétrico. Juntos, produzem 462 cv de potência, mais que suficientes para impulsionar o SUV de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. É possível selecionar o modo de condução, privilegiando o modo elétrico, que garante 48 quilômetros de autonomia, ou o modo híbrido, que pode alcançar até mil quilômetros. Ao final da viagem, foram pouco mais de 650 quilômetros percorridos, com uma média de 12 km/l, considerando a estrada e a serra. Não foi preciso reabastecer o tanque, que comporta 71 litros.

André Sollitto
É possível projetar o mapa do trajeto no painel de instrumentos do carroAndré Sollitto/VEJA

A sensação nas estradas é de sofisticação e conforto. Ele tem potência para acelerações e ultrapassagens, o que dá maior segurança. Mas seu apelo não é esportivo. A suspensão é bem calibrada e absorve bem os impactos do asfalto irregular sem ser macia demais. Mesmo em altas velocidades ele é silencioso, e só dá para escutar o motor a combustão funcionando em aclives. É possível também customizar a direção, mais firme ou mais macia, de acordo com o gosto do condutor. É gostoso de guiar, mesmo em trechos mais longos. E tem um ótimo Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC), que permite definir a velocidade desejada e a distância do veículo da frente. Em um trecho, ficamos atrás de um caminhão sem luz de freio. A precisão com que o sistema identificava a frenagem é surpreendente e aumenta a tranquilidade a bordo.

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Para quem não vai correr, há muito o que fazer em Paraty. Andar pelo centro histórico já é diversão suficiente para dias de passeio. Vale visitar a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1712. Há ótimos restaurantes, como o Bartholomeu (são duas unidades, o Contemporâneo e o Cozinha Primitiva), cafés charmosos, como o Pingado, e excelentes sorvete, a exemplo do Finlandês e da Gelateria Miracolo, que acaba de abrir uma unidade em São Paulo. Há livrarias interessantes, bem como espaços culturais. A Casa de Cultura de Paraty é imperdível, com um andar inteiro dedicado à história da cidade e outro com exposições temporárias. E o estúdio Arado, conhecido pelo trabalho de resgate do imaginário rural brasileiro, abriu a Casa Arado recentemente. Lá dá para comprar produtos assinados pelo estúdio, bem como participar de eventos que propõem uma conexão entre as culturas caipira e caiçara. Fora do centro fica o imperdível bar La Finca, que serve apenas vermutes artesanais deliciosos.

Centro histórico de Paraty é um passeio imperdível
Centro histórico de Paraty é um passeio imperdívelAndré Sollitto/VEJA

Vale a pena pegar a estrada de novo e explorar os arredores. Há alguns alambiques tradicionais na região, como a Coqueiro, fundada em 1803, e a Maria Izabel, conhecida pelos rótulos artesanais. São passeios interessantes para conhecer o modo de produção da cachaça e levar algumas garrafas para casa. Perto da cidade fica o Quilombo do Campinho, o primeiro quilombo titulado do Estado do Rio de Janeiro, em 1999. A pedida é chegar na hora do almoço e provar os pratos servidos no restaurante. São porções generosas, para dividir.

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Ao sair do asfalto e passar por trechos de terra, testamos a tração integral do XC60. A seleção é feita pela central multimídia, e basta ativar o AWD para sentir a diferença na condução, mais “na mão”, ideal para trechos acidentados. A trilha não era radical, mas deu para ver que ele é valente na terra.

praias acessíveis de carro, localizadas a apenas alguns quilômetros do centro, como a Praia do Pontal e a Praia do Jabaquara. Mas as melhores opções são distantes e o ideal é contratar um passeio de barco. Por conta do prazo mais apertado, ficamos perto do centro mesmo.

Na hora de voltar, carregamos todas as bagagens de quatro pessoas no espaçoso porta-malas de 468 litros, com direito a equipamentos de corrida e lembranças compradas em lojas de artesanato. Sobrou espaço.

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Porta-malas tem 468 litros de capacidade, suficiente para bagagens de quatro pessoasAndré Sollitto/VEJA

Novamente na estrada, testamos outras funções do carro. Uma das mais interessantes é a possibilidade de projetar o mapa diretamente no painel de instrumentos, o que evita a necessidade de ficar olhando para o lado a todo momento. O head-up display é muito bom, mas como outros sistemas semelhantes às vezes lê a velocidade da via errado, confundindo o limite de caminhões e carros, mas nada que incomode.

Há ainda alguns “mimos”, como massagem nos bancos dianteiros, aquecimento e resfriamento dos bancos. O acabamento interior é refinado, com superfícies macias ao toque, feitas com materiais premium, e até um câmbio de cristal. São luxos discretos, mas que fazem a diferença e ajudam a explicar o preço do XC60, que começa em R$ 459.950. É uma categoria acima da grande leva de chineses híbridos plug-in que estão no mercado, como o Haval H6 e o BYD Song Plus Premium, que custa até R$ 300 mil. Compete com outros SUVs de luxo, como o BMW X3 e o Audi Q5.

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