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Lentes especiais desaceleram progressão da miopia em período de seis anos

Diante de uma pandemia de miopia – a projeção é que metade da população global tenha a condição até 2050 -, a medicina tem desenvolvido novas estratégias para brecar ou minimizar o avanço do problema, marcado pela dificuldade de enxergar bem à distância.

Entre os recursos que despontaram nos últimos anos, estão as lentes de óculos e as de contato especialmente desenhadas para o controle da miopia desde a infância.

Nesse contexto, um estudo realizado pela fabricante Essilor junto à Universidade Médica de Wenzhou, na China, comprovou a eficácia de um modelo de lentes antimiopia para óculos na contenção do quadro entre crianças de 8 a 13 anos.

A pesquisa acompanhou, ao longo de seis anos, os voluntários em uso das lentes especiais e os comparou a um grupo que utilizou lentes convencionais para óculos. O modelo testado, a Essilor Stellest, foi concebido para evitar a progressão da miopia e controlar o alongamento anormal do olho ao mesmo tempo em que corrige o erro refrativo, propiciando uma visão mais nítida de imediato.

Isso é possível porque seu design contempla zonas de foco múltiplo, o que permite atuar na causa da miopia sem comprometer a acuidade visual.

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“A lente contempla uma zona de visão simples e outra para controle da miopia. A primeira garante a correção do erro refrativo em todas as direções do olhar. A segunda dispõe de uma tecnologia que cria um sinal de luz à frente da retina, o que desacelera o alongamento do olho e a progressão da miopia”, explica o oftalmologista Renan Ferreira Oliveira, líder de assuntos médicos da EssilorLuxottica no Brasil.

Como a miopia é uma condição que costuma dar as caras na infância ou na adolescência – estima-se que uma em cada três crianças no mundo conviva com a condição -, o principal público para as lentes especiais são os mais jovens. “Elas podem ser recomendadas a pessoas de 4 a 20 anos ou mais, a depender da prescrição do oftalmologista”, diz Oliveira.

No estudo realizado na China, os pesquisadores constataram que o uso da lente Stellest reduziu em 57% o avanço do grau e em 52% o alongamento do olho entre os participantes, que, ao final do acompanhamento, estavam na faixa dos 14 aos 19 anos.

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A conclusão é que as lentes propiciaram resultado estável e duradouro, contribuindo para o controle da miopia no longo prazo. Em outra análise financiada pelo fabricante, cientistas demonstraram que o uso pode evitar a progressão da condição em três anos, em média.

Uma das vantagens apontadas em relação às lentes de contato para controle da miopia é a facilidade de uso e manutenção, que não requer os cuidados normalmente direcionados às lentes diretamente acopladas aos olhos. Como outros produtos com finalidade médica, elas são vendidas sob prescrição no Brasil.

Além do benefício imediato, o controle da miopia é enfatizado pelos especialistas como uma forma de reduzir outras complicações oftalmológicas no futuro, caso do glaucoma, uma das principais causas de cegueira no mundo e mais frequente entre os míopes.

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