counter Lei de segurança nacional de Hong Kong extingue seu último partido pró-democracia – Forsething

Lei de segurança nacional de Hong Kong extingue seu último partido pró-democracia

A Liga dos Social-Democratas (LSD), último grande partido pró-democracia ainda em atividade em Hong Kong, anunciou neste domingo, 29, sua dissolução, alegando “imensa pressão política” desde a consolidação do controle chinês sobre o território. A decisão marca o desaparecimento formal da oposição na cidade, cinco anos após a imposição da controversa Lei de Segurança Nacional por Pequim.

“Não tivemos escolha”, afirmou a presidente do partido, Chan Po-ying, em coletiva à imprensa. Ao lado de outros dirigentes, Chan relatou um ambiente de perseguições, censura e intimidação que tornou inviável a continuidade da legenda. “Enfrentamos disputas internas e vimos praticamente toda nossa liderança ser presa, enquanto assistimos à erosão da sociedade civil, ao desaparecimento do ativismo e à repressão draconiana à dissidência.”

Fundado em 2006 pelo ex-legislador Leung Kwok-hung, o partido era uma vertente mais radical dentro do movimento democrático. A LSD ganhou destaque por defender o sufrágio universal, políticas sociais e um sistema previdenciário mais justo. Também foi a última sigla a realizar protestos nas ruas neste ano. Hoje, Leung, de 69 anos, cumpre pena de quase sete anos por “conspiração para subversão”.

Com a extinção da LSD, já são três partidos dissolvidos em dois anos. Em fevereiro, o Partido Democrático, a maior e mais popular força de oposição da cidade, anunciou a medida. Em 2023, foi a vez do Partido Cívico, legenda moderada que também não resistiu à nova ordem.

Repressão crescente

A repressão se intensificou a partir da onda de manifestações populares de 2019, que levou milhões às ruas em defesa da autonomia local. Em resposta, o governo central chinês impôs a Lei de Segurança Nacional (NSL), que estabelece punições severas para crimes vagamente definidos, como “subversão” e “colusão com forças estrangeiras”. No ano passado, o Legislativo local, dominado por aliados de Pequim, aprovou o chamado Artigo 23, que também inclui os crimes de sedição e traição.

Continua após a publicidade

Segundo um relatório da Anistia Internacional, publicado nesta semana, mais de 330 pessoas foram presas por supostas ameaças à segurança nacional desde 2020. Destas, 189 foram formalmente acusadas, 91 delas com base na NSL, e 76 já foram condenadas. O relatório afirma que 85% dos casos envolviam apenas expressões legítimas de pontos de vista, como postagens ou bandeiras de protesto, que não deveriam ser criminalizadas. Em média, os acusados aguardam julgamento por 11 meses, quase sempre sem direito a fiança.

Apesar das críticas internacionais, a China defende a legislação. No início deste mês, o principal funcionário do país para assuntos de Hong Kong, Xia Baolong, afirmou que a defesa da segurança nacional deve continuar, pois “forças hostis” ainda estão tentando interferir na cidade.

“Devemos ver claramente que os elementos anti-China de Hong Kong ainda são implacáveis e estão retomando várias formas de resistência”, disse ele em discurso.

Publicidade

About admin