Os quatro suspeitos de envolvimento no roubo do Museu do Louvre foram considerados ladrões amadores, informou a promotora de Paris, Laure Beccuau, neste domingo, 2. Entre os detidos, estão três pessoas suspeitas de participar do crime e a namorada de um deles. Há um fugitivo, com quem acredita-se que estão as joias históricas avaliadas em até 102 milhões de dólares (cerca de R$ 456 milhões). Ele é tido como o organizador do assalto, afirmou o ministro do Interior francês, Laurent Nunez, ao jornal francês Le Parisien.
“Não se trata exatamente de um delito comum, mas é um tipo de delito que geralmente não associamos aos escalões superiores do crime organizado”, afirmou Beccuau à rádio francesa FranceInfo.
Ela também apontou que há indícios de “proximidade” entre os suspeitos: dois deles foram condenados em 2015 no mesmo caso de roubo e todos os presos moram nos subúrbios no norte de Paris. A promotora disse que eles “são claramente pessoas da região”, acrescentando: “Todos eles moram, mais ou menos, em Seine-Saint-Denis”. Quando foram detidos, os suspeitos haviam “admitido parcialmente” o envolvimento no roubo, revelou Beccuau.
Uma semana após o crime, um argelino de 34 anos, que vivia na França desde 2010, e um homem de 39 anos já sob supervisão judicial por outro roubo qualificado foram presos. Mais tarde, em 29 de outubro, um homem de 37 anos e uma mulher de 38, sua namorada, foram detidos. O DNA dele foi encontrado no caminhão usado no assalto. Ambos negam qualquer envolvimento no assalto. Mas a mulher, segundo a emissora francesa BFM, desabou em lágrimas ao saber que permaneceria sob custódia e, aos prantos, desabafou: “Tenho medo pelos meus filhos e por mim mesma”.
O “roubo do século”
Em apenas sete minutos, quatro assaltantes invadiram, pela janela, o segundo andar do Louvre, acessando a Galeria Apollo por meio de uma plataforma de elevação característica de caminhões de mudança — o veículo teria sido roubado pouco tempo antes, segundo a polícia. Eles cortaram o vidro usando uma espécie de serra elétrica portátil, se apossaram de oito peças da coleção de joias da coroa francesa, e depois voltaram pelo mesmo caminho, fugindo, em seguida, de motocicletas pelas margens do rio Sena. Tudo isso enquanto turistas estavam lá dentro.
O grupo levou cerca de US$ 102 milhões em joias. Os oito itens roubados datam do século XIX, entre eles um colar de diamantes e esmeraldas da imperatriz Maria Luísa, que ganhou de Napoleão Bonaparte por ocasião de seu casamento, uma coroa da imperatriz Eugênia, adornada com mais de 1.300 diamantes e 56 esmeraldas, e o conjunto de safiras com tiara, colar e brincos que pertenceu à rainha Maria Amélia e à rainha Hortência. Foi o maior roubo no Louvre desde o furto da Mona Lisa, em 1911.