Um novo resort em Wonsan Kalma, na Coreia do Norte, parece ter entrado à lista de favoritos do presidente Kim Jong-un. De terno paletó escuro e camisa branca, longe do costumeiro terno ao estilo Mao Tsé-Tung, o líder norte-coreano definiu o hotel costeiro recém-inaugurado como um dos “maiores feitos” do país no último ano, informou a agência de notícias estatal KCNA nesta quinta-feira, 26.
Ele aproveitou para relaxar à beira da piscina, com um maço de cigarros, ao lado da primeira-dama Ri Sol-ju e da filha Kim Ju-ae, de 12 anos, provável herdeira do regime. Segundo a KCNA, Kim “expressou a crença de que a onda de felicidade gerada na área turística costeira de Wonsan Kalma fortaleceria sua reputação como um resort turístico-cultural de nível mundial”.
Por lá, os visitantes terão direito a serviços de alimentação e instalações esportivas e recreativas. Espera-se que mais de 20 mil turistas sejam atraídos ao resort por ano. O projeto, que levou uma década para sair do papel, representa uma “realidade brilhante”, disse Kim, acrescentando que “desempenharia um papel fundamental no estabelecimento da cultura turística” da Coreia do Norte.
Mas as regalias serão, por enquanto, só concedidas aos norte-coreanos. Com a pandemia de Covid-19, Pyongyang fechou as portas para turistas internacionais e, até o momento, não flexibilizou totalmente as restrições, embora tenha permitido a visita de cidadãos russos no início do ano e que estrangeiros participassem de uma maratona na capital em abril.
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Do lazer à guerra
O destaque à inauguração do resort ocorre em meio ao progressivo envolvimento norte-coreano com a Rússia na guerra na Ucrânia e, como consequência, ao aumento das críticas de parte da comunidade internacional ao regime de Kim. No início do mês, o líder da Coreia do Norte prometeu “apoio incondicional” a Moscou em todos os setores, incluindo o “tema ucraniano”. A fala seguiu um encontro do ditador com o chefe do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu.
A Coreia do Norte e a Rússia firmaram, no ano passado, um acordo militar com cláusulas de defesa mútua. Apesar de nenhum dos dois países ter confirmado oficialmente, há relatos de presença de tropas norte-coreanas na guerra na Ucrânia, representando a primeira vez que um Exército estrangeiro se envolveu ativamente no conflito, inciiado em 2022.
Segundo o governo ucraniano, 12 mil soldados, incluindo 500 oficiais e 3 generais norte-coreanos foram enviados para a província de Kursk, na Rússia. Desses, cerca de 600 morreram e milhares ficaram feridos, segundo estimativas ucranianas.
