Ela já posou nua para capa de revistas, fez personagens sensuais em novelas da Globo (como a Tina, de Da Cor do Pecado, em 2004), e até mostrou algumas de suas nuances explosivas em A Fazenda, reality show da Record. Mas, aos 48 anos, Karina Bacchi prefere apagar o histórico ousado e descreve seu corpo como “um templo do Espírito Santo”, como a própria conta à coluna GENTE. Os decotes pelos quais ficou conhecida foram substituídos por versículos. A ex-musa também busca a redenção de forma editorial, com o lançamento do seu livro +Forte na Fé (ed. Vida), baseado na Bíblia. Na conversa, a agora escritora fala sobre sua nova obra, seus arrependimentos na vida e o que a levou trocar o final feliz pelo “amém”. “Hoje, não faço nada que não reflita os valores que carrego de Deus”.
Como surgiu a ideia de criar +Forte na Fé? Sempre busquei me alimentar da oração e da comunhão com o Senhor, não apenas nos dias difíceis, mas como um estilo de vida. Com o tempo, entendi que essa prática diária foi o que sustentou minha fé, me deu discernimento e me fortaleceu em momentos desafiadores. E vendo quantas mulheres desejam crescer espiritualmente, mas não sabem por onde começar, nasceu o desejo de compartilhar esse caminho.
Para quem escreveu? Para ajudar mulheres a cultivarem uma fé firme, viva e constante, mesmo em meio às pressões do dia a dia.
Com o texto feito com base na Bíblia, a senhora almeja que substituam o livro na sua rotina? De forma nenhuma. A bíblia é insubstituível. O meu devocional traz reflexões e meditações baseadas na bíblia, mas ele não substitui a leitura da Palavra. Pelo contrário, foi criado para que cada mulher possa mergulhar nela com amor e constância.
Sente arrependimento das exposições de imagem que já fez na vida? Sim. Mas, pela graça de Deus, não carrego o peso do passado. Me arrependo, especialmente, de ter confiado demais em mim mesma em certos momentos. A partir desse encontro com Cristo, a culpa é substituída por propósito. Já não somos mais dominados pelos desejos da carne ou por um senso vazio de controle.
O que a senhora não usaria de forma alguma atualmente? Hoje, tenho plena consciência de que meu corpo é templo do Espírito Santo, e isso guia minhas escolhas, inclusive na forma de me vestir. Não uso roupas com decotes, transparências, nem peças extremamente justas ou vulgares. Acredito que a maneira como nos apresentamos comunica muito — e quero que minha imagem reflita a presença de Deus em mim. Amo me vestir com delicadeza, leveza e feminilidade. Além de ser algo confortável, creio que glorifica a Deus e transmite a essência que Ele colocou em cada uma de nós como filhas amadas. Vestir-se com propósito é uma forma de honrar quem nos criou e também de inspirar outras mulheres a enxergarem sua identidade com mais valor e dignidade.
Como está a vida de atriz? Tudo o que faço precisa glorificar a Deus — inclusive o trabalho artístico. Atuar foi uma parte importante da minha história, e sou grata por tudo que vivi nesse meio. Mas hoje, estou muito mais atenta à direção do Espírito Santo. O meu desejo é que qualquer papel, qualquer exposição, esteja alinhado com os princípios da fé que vivo. E sim, existem projetos em vista, mas só sigo se eles forem coerentes com a minha essência atual, com os valores do Reino e com aquilo que Deus quer comunicar através de mim.
O que não faria mais nas telas ou no teatro? Nada que não reflita os valores que carrego em Deus. Antes de aceitar qualquer convite ou projeto, busco discernimento e só sigo se houver paz e confirmação no Espírito. Aprendi que não é sobre oportunidades, visibilidade ou destaque — é sobre obediência. Só vou onde Deus me mostra e confirma. Seja nas telas, no teatro, nas fotos, nos podcasts, nas ministrações pelo mundo ou na evangelização nas ruas.