O youtuber infantil João Paulo Manoel, conhecido nas redes sociais como Capitão Hunter, passou nesta quinta-feira, 23, por audiência de custódia na Justiça de São Paulo. O magistrado responsável pela central analisou a regularidade da prisão e manteve o influenciador preso enquanto ele responde à investigação por exploração sexual infantil. Ele é suspeito de práticas pedófilas e de pedir e enviar fotos íntimas a crianças.
Manoel foi preso preventivamente na quarta-feira, 22, na sua residência em Santo André, na região metropolitana da capital paulista. A ordem de prisão veio da Justiça do Rio de Janeiro, onde ele responde a um inquérito por atos de pedofilia e exploração sexual infantil.
Com mais de 700 mil seguidores no YouTube, onde seus vídeos colecionam 165 milhões de visualizações, Hunter produz conteúdos sobre a franquia de desenhos Pokemón, além de ter uma loja online de produtos que leva o seu nome. Seu público é majoritariamente composto de crianças e adolescentes. O conteúdo tem vídeos dele jogando, brincando com produtos da franquia e jogando cartas.
Ele começou a ser investigado a partir de uma denúncia feita pela família de uma menina de 13 anos. Ela conheceu Manoel em um evento na zona norte da capital fluminense e os dois trocaram contatos. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o youtuber teria enviado fotos de seu órgão genital à menina, pedindo que ela enviasse fotos íntimas de volta em troca de presentes. Durante as investigações, a Polícia descobriu outra vítima — um menino — abordada através do mesmo método.
O youtuber foi autuado pelos crimes de estupro de vulnerável e de produção de conteúdo pornográfico infantil. A pedofilia não é um tipo penal específico, mas está ligada a vários crimes sexuais contra menores de idade previstos na legislação brasileira. A operação que levou Manoel preso também apreendeu celulares e computadores na sua residência. A Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e de comunicações do influenciador.
