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Juro alto esmaga margem no campo

O Banco Central sabe que estrangula o mercado produtivo com uma Selic de 15% ao ano, mas vai manter os juros mesmo assim na reunião de quarta-feira, 5. A avaliação é do empresário e colunista de VEJA, Gustavo Junqueira, que destaca os efeitos colaterais no agronegócio. No Mato Grosso, por exemplo, o custo de produção da soja subiu 50% em cinco anos, enquanto a receita avançou apenas 5%, o que teria reduzido o lucro “pela metade”, segundo ele. “O juro virou imposto”, disse, ao defender que, no campo, a pressão de preços é “inflação de juros”, não de ineficiência. Junqueira afirma haver uma relação direta: cada ponto da Selic significa menos tecnologia e produtividade nas fazendas, e descreveu um quadro de crédito caro e seletivo que tem paralisado investimentos. Com a postura mais rígida dos bancos — exigindo garantia real, operações com hedge e histórico robusto — Junqueira conta que muitos produtores envelhecem a frota, adiam mecanização e inovação. “Os bancos estão financiando quem menos precisa”, resumiu. O estrangulamento do caixa já se reflete na inadimplência. De acordo com o empresário, os pedidos de recuperação judicial de produtores rurais cresceram 61% em 12 meses, evidenciando que o crédito passou a fechar buraco de curto prazo, não a expandir capacidade.

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