Leila Fernandez (Juliana Paes) é uma mulher ambiciosa. Esposa do bicheiro Galego (Chico Diaz), ela não se contenta em viver às sombras do marido, e se alia a Profeta (André Lamoglia) para atingir objetivos perigosos. Lançada na Netflix nesta quarta-feira, 29, Os Donos do Jogo leva para as telas a violenta contravenção carioca, onde os chefões disputam os territórios, o dinheiro e o poder do Jogo do Bicho.
Intérprete de Leila, Juliana Paes destaca que, apesar da história ser fictícia, a trama bebe de um contexto real. “Assim como em O Poderoso Chefão e na Família Soprano, há uma ficção fundamentada na realidade, mas o caldo da história são as relações e emoções humanas”, atesta ela, que já viveu outra mulher em situação similar nas telas: a criminosa Bibi Perigosa, na novela A Força do Querer, que entra na ilegalidade depois de se envover com o traficante Rubinho.
Em entrevista VEJA, a atriz compara as duas criminosas, revela os desafios de estrelar a nova trama da Netflix e comemora a boa fase no streaming, marcada por séries como Os Donos do Jogo, Pedaço de Mim e Vidas Bandidas. Confira a conversa a seguir:
Em Os Donos do Jogo, você interpreta Leila Fernandez, a esposa de um dos chefões do jogo do bicho. Essa posição é parecida à ocupada por Bibi Perigosa, como vê essas mulheres? São personagens que têm componentes de força e de personalidade muito fortes. Mas elas também se diferenciam em alguns aspectos. A Bibi não sabia muito bem o que queria. Na verdade, ela queria viver um amor e era muito inocente em relação à cilada em que estava se metendo. Ela agia de maneira passional, e fazia tudo o que o Rubinho pedia, inclusive cometer crimes. A Leila é mais racional. Ela sabe muito bem o que está fazendo e quais são os seus objetivos. Ela é uma jogadora de xadrez, uma estrategista. Então, nesse sentido, acho ela mais empoderada. Por mais errático que seja o comportamento dela, é um comportamento muito consciente.
Se identifica com elas em algum nível? Eu tenho esse jeito mais incisivo de falar, com muita espontaneidade. Acho que essa é uma característica desejável para essas personagens que sabem o que querem. Tem também a personalidade forte. Acho que essas talvez sejam as únicas coisas em que elas se comunicam com a minha verve.
Você nasceu no interior do Rio de Janeiro, o que sabia desse mundo do jogo do bicho? Quase nada. O que eu lembro da minha infância é que a gente sonhava com alguma coisa e queria saber o que significava. É algo que faz parte do imaginário popular. Toda família tem um tio, uma avó ou uma bisa que brinca com a borra do café ou pergunta sobre os sonhos das pessoas para saber qual bicho vai sair no jogo. É algo que está muito arraigado na cultura, e eu também vivi isso.

A sua última novela foi Renascer, e você fez muitas séries nos últimos anos. Como vê o papel do streaming na sua carreira? Hoje estou completamente mergulhada no streaming. Estou muito feliz com as escolhas que eu venho fazendo e com os frutos que estou colhendo desses projetos. Eu sinto que o streaming tem uma liberdade muito boa.
Que tipo de liberdade? a liberdade para tratar de temas delicados. Por conta disso, há uma possibilidade de se aprofundar em assuntos sensíveis que me atraí muito. Em Pedaço de Mim, por exemplo, pude falar de abuso doméstico e violência sexual,. Agora, a história aborda temas super tabus, como os jogos de azar. E é algo sem melindres. A gente tem liberdade para tudo, até no linguajar e na estética. Tudo isso me estimula, e estou muito feliz com essa fase.
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