A juíza Rejane Suxberger, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), vai lançar neste mês uma reedição de “Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes”, livro em que ela transforma histórias reais de violência contra a mulher, dos mais de dez anos à frente do Juizado de Violência Doméstica, em uma coleção de contos.
A obra mescla realidade e ficção para relatar as dores de mulheres – as “Marias” – que buscaram na Justiça um amparo contra a violência. Reconstituindo audiências e ecoando histórias reais, o livro expõe, segundo a autora, as marcas que “não desaparecem com a sentença”, com o qual ela pretende instigar a reflexão sobre a violência “invisível”.
Reeditado, atualizado e ampliado pelo grupo Editorial Caravana, “Invisíveis Marias” terá seu evento de lançamento na sede do Ministério Público do Ceará, em Fortaleza, em 17 de novembro, durante uma roda de conversa sobre conscientização e prevenção à violência de gênero.
“Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma força externa como se somente nós, juízes, promotores e advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela violência invisível”, escreve Suxberger.
Com a experiência de ter examinado 10.000 processos ao longo de mais de uma década, a juíza e autora afirma que seu livro “representa a superação de muitas dores transformadas em força e aprendizado”, e “poderá servir como um alerta poderoso, mostrando que a violência muitas vezes começa de forma sutil”.
“Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes” traz relatos de sofrimento, dor e angústia que, segundo a magistrada, “escoltaram-na” do trabalho para casa diversas vezes e “passaram a ser companheiras de noites de insônia”.