A Polícia Federal apreendeu nesta terça-feira, 23, joias, dinheiro vivo e relógios de luxo na operação que desarticulou uma quadrilha que praticava os crimes de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de cocaína. Uma das 22 pessoas que tiveram sua prisão decretada foi Alexandre Constantino Furtado, presidente da escola de samba Império de Casa Verde, da zona norte de São Paulo.
Foram cumpridos 22 mandados de prisão e quarenta de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Imagens que registram a ação dos agentes da PF mostram que foram encontrados artigos de luxo em posse dos investigados, como joias e relógios de luxo das marcas Tommy Hilfinger e Rolex — cujo modelo mais “modesto” custa em torno de 40.000 reais.
Grandes quantidades de dinheiro vivo também foram apreendidas pela PF. O valor total, no entanto, ainda está sendo contabilizado pelos agentes.
O grupo alvo da operação desta terça começou a ser investigado em 2021, depois de uma apreensão de 458 quilos de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará. Por isso a força-tarefa foi nomeada “Vila do Conde”. Segundo as investigações, os suspeitos organizavam um esquema logístico estruturado para enviar cocaína do Brasil para a Europa.
Além disso, o grupo possuía um esquema para lavar o dinheiro da venda do entorpecente, por meio de empresas fictícias em segmentos convencionais do mercado, como restaurantes e prestadores de serviço.
Furtado, que foi preso nesta terça, é conhecido como “Teta”. Além de encabeçar uma escola de samba, ele também é vice-presidente da Liga Independente de Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP). Em 2006, o carnavalesco já havia entrado na mira da polícia, suspeito de estar envolvido com o Primeiro Comando da Capital, o PCC, organização criminosa que monopoliza o tráfico de cocaína brasileira.