A partida entre Kansas City Chiefs e Los Angeles Chargers, marcada para 5 de setembro, na Neo Química Arena, em São Paulo, deve injetar mais de 330 milhões de reais na economia da cidade. A projeção foi divulgada pela SPTuris a dez dias do evento, que promete repetir ou até superar o impacto financeiro da estreia da liga no Brasil, em 2024.
A edição anterior, entre Green Bay Packers e Philadelphia Eagles, já havia movimentado o mesmo valor, servindo agora como parâmetro. O evento de 2024 gerou 12,5 mil empregos e atraiu um público significativo de fora da capital: 57% dos espectadores eram de outras cidades e 11,5%, estrangeiros. Em média, esses turistas gastaram 3. 355,73 reais e permaneceram três dias em São Paulo.
Os números colocam a NFL paulistana à frente de mercados consolidados, como a Cidade do México (que movimenta 246 milhões de reais anualmente com os jogos), e atrás apenas do GP de Fórmula 1 (1,2 bilhão de reais) no ranking de eventos que mais geram receita na cidade, superando Carnaval e Réveillon.
O sucesso de vendas comprova a demanda: os 47 mil ingressos para o duelo deste ano, incluindo camarotes de luxo que custavam entre 5 mil e 30 mil reais, se esgotaram em minutos. O Brasil possui a segunda maior base de fãs da NFL fora dos EUA, atrás apenas do México.
Estratégia global
A realização de jogos internacionais é uma estratégia consolidada da NFL para expandir seu alcance global e captar novas receitas. A liga é um gigante financeiro: em 2023, faturou 18,7 bilhões de dólares, à frente de outras ligas americanas como MLB e NBA (10,9 bilhões de dólares cada) e muito à frente das principais ligas de futebol europeias.
Um estudo da SponsorUnited aponta que apenas com patrocínios, a NFL arrecadou 2,35 bilhões de dólares nesta temporada, um crescimento de 15%.
Especialistas enxergam o movimento como uma aula de marketing esportivo. Para Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, a NFL transcende o esporte e se tornou uma “celebração de cultura competitiva” dos EUA. A iniciativa é vista como uma “grande oportunidade para aprender com quem mais sabe fazer marketing esportivo”, como complementa Sergio Schildt, presidente da Recoma.
A expectativa é que o evento de 2024 consolide o Brasil no calendário internacional da NFL e confirme seu enorme potencial econômico para a cidade.