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Jeremy Allen White a VEJA: ‘Bruce Sprinsgteen é atemporal’

Estreia nesta quinta-feira, 30 de outubro, a cinebiografia Springsteen: Salve-me do Desconhecido, debruçada sobre o período em que o músico nativo de Nova Jersey se afastou dos holofotes e gravou um disco inteiro dentro da própria casa: Nebraska, trabalho acústico puxado para o folk e de tom soturno, no qual são contadas histórias melancólicas sobre a vida no interior dos Estados Unidos, marcadas por violência e desigualdade social. Para além de comprovar o olhar e o ouvido afiados de Springsteen, o disco também indicava tumulto na vida pessoal do músico, que ainda não havia sido diagnosticado com depressão. Para capturar toda essa complexidade emocional, o diretor Scott Cooper recrutou o premiado ator Jeremy Allen White, de O Urso. Em entrevista a VEJA, o protagonista destrincha o processo por trás do longa:

Antes de conquistar o papel, qual era sua relação com o trabalho de Bruce? Eu era um fã no sentido de que sou de Nova York e nasci no começo dos anos 1990, então Bruce estava entrelaçado com a própria ideia de música. Não me lembro de não conhecer seu nome, mas diria que era um ouvinte casual. Conhecia os sucessos de rádio. Por volta dos 25 anos, comecei a ir além disso e descobri Nebraska. Ao longo do último ano, tenho lhe ouvido muito mais.

Como conheceu Springsteen? Nós nos encontramos três meses antes das filmagens, em um show dele em Londres. Fiquei maravilhado com a facilidade com que ele me acolheu instantes antes de cantar para 90 000 pessoas. Depois, no set, foi ótimo ter a presença dele para garantir que estávamos sempre sendo honestos e autênticos. Eu estava nervoso com o papel, então ele me enviava mensagens ao fim de cada dia elogiando momentos que o haviam impressionado.

Foi desafiador emular a voz tão conhecida? Ouvi muito as músicas dele, mas também artistas que o inspiraram: Bob Dylan, Rolling Stones, Otis Redding, Townes Van Zandt e Sam Cooke, entre outros. Ele canta de maneira suave em Nebraska, então não foi tão difícil permanecer no tom. Mas me esforcei muito para emular o fraseado rústico do disco. Foi um desafio divertido que me aproximou dele. Mesmo que não cante tão bem quanto Bruce, agora temos essa experiência compartilhada.

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O atual clima político dos EUA influenciou sua interpretação? Filmamos antes que Bruce se pronunciasse sobre Trump, então não pensei tanto sobre isso, mas é parte indissociável dele. Em sua música ou em sua postura, ele sempre protestará contra o que vê como injusto. Após o show de Manchester, enviei a ele uma mensagem para dizer o quanto o admiro e como estava orgulhoso de vê-­lo falar livremente. Ele respondeu: “Obrigado, mas é o que eu faço, nada mudou de verdade”.

Bruce é reservado e nunca abraçou o status de celebridade sem pudor, mesmo quando sua carreira estava rapidamente decolando no começo dos anos 1980. Você se identifica com tal perspectiva sobre a fama? Não diria que estou passando exatamente pelo que Bruce passou, mas é verdade que a atenção e a notoriedade vêm junto das projeções do público, que aplicam sobre o famoso as expectativas e compreensões que desenvolveram por conta própria. Pode ser confuso buscar a própria identidade dentro do turbilhão. Nebraska responde a isso. Bruce estava na estrada há muito tempo, era a primeira vez em que retornava para casa em meses, e acredito que ele esperava atingir alguma clareza com isso, o que não aconteceu. Não se escapa de si. Já me senti assim antes.

Bruce contraria a velha ideia de que o rock está morto. O que explica essa longevidade? Ele é consistente e honesto. É um músico atemporal e seus fãs continuam ao seu lado década após década. No show que vi em Wembley, tanto ele quanto os membros da banda estavam por volta dos 70 anos, mas ainda se apresentam com a mesma energia de quando tinham 20 e estavam em bares de Asbury Park.

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