Pesquisadores japoneses do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicações (NICT), em colaboração com a Sumitomo Electric Industries, anunciaram uma conquista revolucionária na transmissão de dados. Eles quebraram um recorde mundial ao atingir uma velocidade de 1,02 petabits por segundo de internet. Essa façanha permitiu transportar uma quantidade massiva de dados por impressionantes 1.808 quilômetros – uma distância comparável a viagens entre grandes cidades como Sapporo a Fukuoka no Japão, ou Berlim a Nápoles.
Para contextualizar a dimensão desse avanço, essa velocidade é aproximadamente 3,5 milhões de vezes mais rápida que a média das conexões fixas de banda larga nos Estados Unidos. Em termos práticos, seria possível baixar todo o catálogo da Netflix em menos de um segundo, algo inimaginável com as tecnologias comerciais atuais. Este novo recorde mais que dobra a marca anterior, que era de aproximadamente 50.250 GB/s.
O segredo por trás dessa inovação está na estrutura da fibra óptica. Enquanto os cabos convencionais possuem um único núcleo para transmissão de dados, o novo cabo conta com 19 núcleos em seu interior. Ele mantém o mesmo diâmetro padrão de 0,125 milímetros, o que é compatível com a infraestrutura já existente. Essa configuração multiplica por 19 a capacidade de transferência de informações e garante mínima perda de dados devido à condução uniforme da luz. A implementação gradual, substituindo cabos tradicionais, torna-se um fator crucial, especialmente para países em desenvolvimento como o Brasil, onde o custo é uma barreira.
A demanda global por largura de banda cresce exponencialmente, impulsionada por avanços como a computação em nuvem, streaming em alta resolução, metaverso e aplicações de inteligência artificial. A fibra óptica de 19 núcleos surge como uma solução promissora para esse desafio, representando um passo significativo para a infraestrutura de comunicação óptica de alta capacidade e longa distância do futuro. Embora o recorde ainda não tenha sido verificado independentemente, ele foi aceito para apresentação no Optical Fiber Communication Conference (OFC 2025), apontando para um futuro onde as limitações de largura de banda poderão ser superadas.