Promotores da cidade de Gênova, no norte da Itália, anunciaram neste sábado a prisão de sete suspeitos de envolvimento em um esquema de financiamento do grupo islâmico Hamas. Ao todo, nove pessoas são investigadas. Pesam sobre elas a acusação de desvio cerca de 7 milhões de euros, ao longo dos últimos dois anos, de ações humanitárias que deveriam beneficiar palestinos na Faixa de Gaza, mas que acabaram direcionadas ao grupo extremista.
A investigação teve início após a identificação de movimentações financeiras suspeitas e foi ampliada com a colaboração de autoridades de outros países europeus, que auxiliaram no rastreamento do fluxo de recursos. Dois suspeitos estão fora da Itália. E por isso foram emitidos mandados de prisão internacional, mas até o momento não há confirmação pública de que tenham sido localizados ou detidos.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, agradeceu o trabalho das forças de segurança e classificou a operação como “complexa”, destacando que a ação tem como objetivo desmantelar redes ligadas ao terrorismo e à criminalidade organizada.
Segundo a imprensa local, o presidente da Associação Palestina na Itália, Mohammad Hannoun, é apontado como uma das principais figuras do esquema identificado pelas autoridades. Ele é acusado de ter desviado cerca de 71% do total das doações que foram rastreadas pelas autoridades. Em outubro, o líder da associação chegou a ser expulso de Milão, a segunda maior cidade do país. O governo proibiu a entrada dele por um ano, sob a justificativa de promover a incitação à violência. Hannoun soube da medida quando desembarcou no aeroporto para participar de uma manifestação pró-palestinos na cidade.
Entre as organizações humanitárias sob a mira da Justiça está a Associação Beneficente de Solidariedade com o Povo Palestino (ABSPP), com sede em Gênova. De acordo com os investigadores, algumas das entidades envolvidas teriam sido criadas exclusivamente para funcionar como organizações de fachada, facilitando o desvio de recursos.
