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Israelenses querem a paz e Netanyahu aceitou melhor acordo possível

Imaginem quanto jornalistas, comentaristas e até humoristas dos Estados Unidos vão ter que engolir um Oriente Médio pacificado – com as eternas condicionantes – em que Benjamin Netanyahu continue a ser primeiro-ministro de Israel, pelo menos até a próxima eleição – sem “mudança de regime”, como chegaram a conclamarr os mais exaltados. E no qual os israelenses apoiam veementemente o acordo de paz que agora só depende da aceitação do Hamas – os mesmo israelenses que estavam sendo expulsos de festivais de cinema, campeonatos de ciclismo e até da Fifa.

Não esperem que os profissionais envolvidos se retratem – não é de sua natureza fazer isso. Tendo se acostumado a culpar Netanyahu por tudo, vão achar algum motivo para continuar fazendo isso.

Muitos achavam que, assim que aceitasse um acordo, Bibi seria derrubado pelos aliados ultranacionalistas e por isso continuava a guerra. As eleições em Israel serão dentro de um ano e a quantidade de coisas que podem dar errado até lá é, como sempre, monumental. Mas Bibi pode chegar nela como o primeiro-ministro da paz, depois de ser o primeiro-ministro da guerra – uma guerra para muitos justificada ou apenas, prolongada demais.

Isso não elimina o fato de que a falência sistêmica que permitiu o 7 de outubro de 2023 pode ser debitada na conta de Netanyahu, mas conseguir um acordo de longo alcance – uma coisa que só parecia estar prestes a acontecer com seu predecessor e inimigo político Yitzhak Rabin, assassinado em 1985 – certamente dá um prestígio sólido.

Não vamos aqui nem falar em como Donald Trump merece todos os encômios por ter arrastado Netanyahu para o acordo e estabelecido uma excelente relação com os países do Golfo que também querem tirar o Oriente Médio do ciclo sinistro de guerras sucessivas.

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PRÊMIO NOBEL?

Bibi não deve, de jeito nenhum, ter ignorado a opinião pública – ele é um especialista em sobrevivência política que sabe muito bem ficar de olho nas pesquisas. A última, feita logo depois do acordo anunciado na segunda-feira, mostra que 71% dos israelenses apoiam o plano Trump – entre a população árabe com cidadania israelense, o índice chega a 93%.

São todas notícias excelentes, em especial para uma região que só costuma gerar acontecimentos depressivos, geralmente sem perspectiva de solução.

Temos assim uma boa possibilidade de que o aniversário do ataque do Hamas contra comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, com as atrocidades cometidas ao vivo, com transmissão pelas redes, transcorra numa atmosfera otimista, sem, obviamente, esquecer o luto nacional e as homenagens às vítimas.

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Que a população de Gaza tenha a perspectiva de um futuro melhor também é quase miraculoso. Outra reviravolta: a flotilha de Greta Thunberg pode chegar a águas próximas de Gaza quando já estiver começando a vigorar um acordo de paz. Alguém ficou surpreso com a documentação apreendida por Israel comprovando que a ação propagandística foi coordenada pelo braço do Hamas no exterior? Só o dono de uma empresa de fechada tem quase a metade dos barcos.

Uma das melhores soluções seria deixar a Labubu do Hamas se instalar em Gaza e participar do socorro emergencial que, por muito tempo, ainda será necessário. Talvez ela até trocasse o shortinho pelos trajes negros, de cabeça coberta, das muçulmanas fundamentalistas e tivesse um papel importante na reconstrução de Gaza, que será uma das provas indiscutíveis do plano Trump. Poderia interromper o trabalho humanitário só para ir a Oslo, ali pertinho de sua Suécia natal, para ver a cerimônia do Nobel da Paz para Donald Trump. Se ele fizer tudo que está no programa, indubitavelmente o merecerá.

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Veremos desculpas que aqueles comentaristas americanos arrumarão para não reconhecer isso? Ou muitos estarão secretamente torcendo para que o Hamas rejeite o acordo?

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