Israel anunciou neste sábado,1, que os três corpos recebidos do Hamas na sexta-feira, via Cruz Vermelha, não pertencem a nenhum dos 11 reféns cujos restos mortais ainda não foram devolvidos. A confirmação veio após análises do Instituto Forense de Abu Kabir, em Tel Aviv, intensificando a tensão sobre o cumprimento do cessar-fogo firmado em 10 de outubro, com mediação dos Estados Unidos.
Em comunicado, o Hamas afirmou que, diante da incerteza quanto à identidade dos corpos, ofereceu amostras para exames antes da devolução completa, oferta que Tel Aviv rejeitou, exigindo a entrega integral. O impasse evidencia a fragilidade do acordo e a crescente pressão doméstica em Israel por respostas mais firmes.
O Exército israelense respondeu com ataques aéreos e disparos na região de Khan Yunis, no sul de Gaza, o terceiro bombardeio desde a assinatura do cessar-fogo. Segundo autoridades locais, os ataques visaram instalações do Hamas que representariam ameaça às tropas israelenses. No mesmo período, relatos palestinos indicaram pelo menos dez ataques aéreos adicionais e bombardeios terrestres na cidade de Gaza.
O acordo, mediado pelos EUA, previa a devolução de todos os reféns – vivos ou mortos – em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos. Até o momento, o Hamas liberou 20 sobreviventes, mas atrasou a entrega dos corpos, entregando apenas 17 dos 28 mortos sob a justificativa de dificuldades para localizá-los entre os escombros. A Cruz Vermelha alerta que alguns corpos podem jamais ser encontrados, dado que 78% das estruturas do território foram destruídas por bombardeios, segundo a ONU.