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Israel planeja reabrir passagem de Rafah, mas troca de acusações com Hamas fragiliza trégua

Israel anunciou nesta quinta-feira, 16, que está nos preparativos para reabrir a passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, para permitir a entrada e saída de palestinos, enquanto os dois lados da guerra trocam acusações de violações do frágil cessar-fogo. A escalada das tensões ocorre em meio à alertas do governo israelense de que o Hamas falha em cumprir o acordo por ainda não ter devolvido todos os 28 corpos de reféns, ao passo que o grupo radical alega que encontrar os restos mortais nos escombros demanda tempo e maquinário.

Em comunicado, a agência militar israelense COGAT, voltada para supervisionar a logística e a política na Cisjordânia e em Gaza, informou que estava coordenando com o Egito para estabelecer a data de reabertura da passagem em Rafah. A rota, contudo, não será aberta para a entrada de ajuda humanitária por não fazer parte dos termos do cessar-fogo. Os suprimentos passarão por Kerem Shalom, trajeto controlado por Israel, depois de serem alvo de inspeções de segurança.

Nos últimos meses, agências da ONU e parceiros conseguiram entregar apenas 20% da ajuda necessária no enclave palestino, de acordo com Tom Fletcher, chefe para Assuntos Humanitários das Nações Unidas. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estima que 1,8 tonelada de ajuda entrou em Gaza desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023. O número, contudo, era insuficiente. Em reflexo ao bloqueio parcial imposto por Israel, ao menos 430 palestinos, incluindo 150 crianças, morreram de fome.

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Troca de farpas

Os combatentes afirmam que entregaram 10 corpos. As Forças de Defesa da Israel (FDI), por sua vez, dizem que um deles não corresponde a nenhum dos cativos. Em resposta, um porta-voz israelense frisou que o país não fará “concessões nisso” e não poupará “esforços até que nossos reféns mortos retornem, cada um deles”. Na segunda-feira, 13, os 20 sequestrados que eram mantidos vivos retornaram a Israel.

Pressionado por Israel e pelos Estados Unidos, o Hamas indicou que a devolução depende do envio de maquinário pesado e equipamentos de escavação para retirar os corpos dos escombros em Gaza, reduzida a ruínas pelos dois anos de guerra. O rastro de escombros é 12 vezes maior do que a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. De cada 10 edifícios, oito foram danificados ou arrasados.

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Em paralelo, um alto funcionário do Hamas, sob condição de anonimato, também acusou Israel de desrespeitar o cessar-fogo ao matar pelo menos 24 pessoas em tiroteios desde a última sexta-feira, 10, quando a trégua entrou em vigor. Ele informou à agência de notícias Reuters que uma lista dos desrespeitos israelenses foi enviada aos mediadores do acordo e disse que “o Estado ocupante (em referência à Israel) está trabalhando dia e noite para minar o acordo por meio de violações no local”.

O governo de Benjamin Netanyahu não respondeu as alegações, mas afirmou anteriormente que alguns palestinos ignoraram alertas do Exército para que não se aproximassem das posições israelenses e que as tropas “abriram fogo para dissipar a ameaça”.

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