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Israel investiga possíveis crimes de guerra cometidos por soldados em Gaza, diz jornal

As Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram um inquérito para revisar incidentes que podem configurar crimes de guerra e violações do direito internacional, informou o jornal israelense Haaretz nesta sexta-feira, 27. A informação não foi confirmada pelo governo de Israel. A suposta investigação ocorre em meio a uma série de episódios em que soldados abriram fogo contra multidões de palestinos perto de centros de ajuda humanitária.

A reportagem do Haaretz citou soldados, sob condição de anonimato, que afirmaram terem recebido instruções para deliberadamente atirar contra os palestinos em locais próximos aos pontos de distribuição de suprimentos. Os militares expressaram preocupação com o uso de força letal contra a população da Faixa de Gaza, estimada em 2,3 milhões de pessoas antes da guerra.

Em declaração conjunta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, rejeitaram as alegações e acusaram o Haaretz de disseminar “falsidades maliciosas destinadas a difamar as FDI, as forças armadas mais morais do mundo”. Na quinta-feira, 26, ao menos 18 palestinos foram mortos em um ataque israelense contra policiais palestinos que distribuíam farinha na cidade de Deir al-Balah, no centro do enclave, de acordo com autoridades médicas.

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Operações da GHF e críticas da ONU

Nas últimas semanas, as forças israelenses recorrentemente dispararam nos arredores de centros de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), deixando centenas de mortos. O grupo privado americano é apoiado pelos Estados Unidos e Israel, mas criticado pelas Nações Unidas e por outras organizações humanitárias por sua ineficácia e por usar de guardas armados.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, aumentou as queixas contra a GHF nesta sexta-feira, afirmando que a fundação é “inerentemente insegura” e “está matando pessoas”. Ele também que os esforços liderados pelas Nações Unidas estão sendo “estrangulados” por Israel, que impõe um bloqueio parcial à entrada de ajuda em Gaza.

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“Pessoas estão sendo mortas simplesmente tentando alimentar a si mesmas e suas famílias. A busca por comida nunca deve ser uma sentença de morte”, disse Guterres aos repórteres. “É hora de encontrar coragem política para um cessar-fogo em Gaza.”

Na terça-feira, 24, as Nações Unidas condenaram a “transformação de alimentos em armas” por Israel na Faixa de Gaza, o que definiram como um “crime de guerra” Em Genebra, o porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Thameen Al-Kheetan, lamentou as “cenas de caos ao redor dos pontos de distribuição de alimentos” e destacou que “pessoas desesperadas e famintas em Gaza continuam enfrentando a escolha desumana de morrer de fome ou correr o risco de serem mortas enquanto tentam conseguir comida”.

“O mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel (em referência à GHF) está em contradição com os padrões internacionais de distribuição de ajuda”, alertou Al-Kheetan. “A transformação de alimentos para civis em armas, além de restringir ou impedir seu acesso a serviços de suporte à vida, constitui um crime de guerra.”

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