O Exército israelense informou nesta terça-feira, 9, que, em cooperação com a agência de segurança interna Shin Bet, suas forças aéreas realizaram um ataque contra Doha, a capital do Catar, em uma tentativa assassinar membros da alta cúpula do Hamas.
De acordo com Israel, os alvos atacados lideraram as atividades do grupo palestino por anos, acrescentando que suas forças continuarão a agir para “derrotar a organização terrorista Hamas”. Os militares israelenses não revelou as identidades dos membros.
A ofensiva ocorreu dias após o chefe do Exército israelense, Eyal Zamir, ter ameaçado assassinar líderes do Hamas que vivem no exterior e horas após o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmar que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo em Gaza oferecida pelos Estados Unidos.
A Al Jazeera, emissora financiada pelo Catar, afirmou que explosões foram ouvidas em Doha. No entanto, não informou a causa. Autoridades cataris ainda não confirmaram o ocorrido, mas uma fonte sênior do Hamas disse à Al Jazeera que líderes do grupo foram alvos de um ataque no local enquanto estavam reunidos para discutir a proposta de trégua do presidente americano, Donald Trump.
Altos líderes do Hamas vivem há muito tempo exilados no Catar, país que tem atuado como mediador nas negociações entre o grupo e Israel por vários anos, mesmo antes da atual guerra na Faixa de Gaza.
Negociações em crise
O incidente no Catar deve complicar ainda mais as negociações sobre um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns feitos no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Dos 48 cativos restantes, acredita-se que vinte estejam vivos.
O Hamas, que havia aceitado um plano de cessar-fogo anterior feito pelo Egito e Catar, disse estar estudando agora uma nova proposta dos Estados Unidos, apresentada no domingo 8 pelo presidente Donald Trump — com um alerta de que esta seria “última chance” do grupo terrorista para fechar uma trégua.
De acordo com a Reuters, a mais recente proposta exige que o Hamas devolva a Israel todos os 48 reféns, vivos e mortos, de uma só vez no primeiro dia de um cessar-fogo. Durante a pausa nas hostilidades, seriam realizadas negociações para encerrar a guerra.