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Israel diz que vai deportar ativistas de barcos humanitários interceptados, incluindo brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou nesta quinta-feira, 2, que ativistas da Flotilha Global Sumud serão deportados para a Europa, um dia após forças navais israelenses terem interceptado a maioria dos 45 barcos que navegavam carregando ajuda humanitária com destino a Gaza. De acordo com o governo do país, o grupo voluntário que incluía artistas, defensores de direitos e políticos (entre eles, 15 brasileiros) está a serviço da “propaganda do Hamas“. A captura foi recebida por protestos mundo afora e condenação de vários países, que sugeriram que a ação teria sido ilegal por ter ocorrido em águas internacionais.

“Passageiros do Hamas-Sumud em seus iates estão a caminho de Israel em segurança e paz, onde seus procedimentos de deportação para a Europa começarão. Os passageiros estão seguros e com boa saúde”, disse o ministério no X (ex-Twitter), em postagem com uma foto que inclui o ativista brasileiro Thiago Ávila.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que nenhum dos barcos que faziam parte da flotilha que tentava levar ajuda humanitária a Gaza violou o bloqueio ao enclave, acrescentando que “um último navio desta provocação permanece à distância. Se se aproximar, sua tentativa de entrar em uma zona de combate ativa e romper o bloqueio também será impedida”.

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As embarcações navegavam em águas internacionais ao norte do Egito quando foram abordadas por militares israelenses. Imediatamente após a interceptação, o ministério publicou um vídeo da ativista sueca Greta Thunberg, afirmando que “Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis”.

Em comunicações anteriores, o governo israelense havia informado que “o status dos participantes e da tripulação permanece não confirmado”.

Críticas

A medida recebeu duras críticas. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia acusou Israel de “ato de terrorismo”, enquanto o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que expulsará todos os diplomatas israelenses restantes no país. Dois cidadãos colombianos que estavam a bordo da flotilha foram detidos.

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No Brasil, o governo afirmou que “deplora a ação militar do governo israelense, que viola direitos e coloca em risco o bem-estar físico de manifestantes pacíficos”. O comunicado do Itamaraty acrescentou que Israel agora é responsável pela segurança dos detidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil havia levantado preocupações diretamente com Israel sobre os 15 brasileiros a bordo, incluindo a deputada Luizianne Lins (PT-Ceará).

A Alemanha instou Israel a garantir a segurança dos tripulantes. “Entramos em contato com o governo israelense e pedimos que cumpram suas obrigações perante o direito internacional e ajam com proporcionalidade”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Internacionais alemão. “Também pedimos que seja garantida a proteção de todos a bordo; até onde sabemos, isso já foi feito.”

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi mais enfático ao pedir que as forças israelenses libertem todos os cidadãos de seu país que, segundo ele, foram “sequestrados em águas internacionais”.

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“A interceptação da Flotilha Global Sumud é mais uma grave ofensa de Israel à solidariedade e ao sentimento global que visa aliviar o sofrimento em Gaza e promover a paz na região”, disse Ramaphosa. “Em nome do nosso governo e da nossa nação, apelo a Israel para que liberte imediatamente os sul-africanos sequestrados em águas internacionais e outros cidadãos que tentaram chegar a Gaza com ajuda humanitária.”

Ramaphosa apelou ainda a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino seja permitida, sublinhando que a flotilha “representa solidariedade com Gaza, não confronto com Israel”.

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