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Israel diz que ‘fechou capítulo’ mas não acabou campanha no Irã; foco voltará a Gaza

Em meio a um frágil cessar-fogo no Oriente Médio, com ataques que romperam a trégua dos dois lados, Israel afirmou nesta terça-feira, 24, ter fechado um “capítulo significativo” no Irã e que agora seu foco se voltará à Faixa de Gaza, mas reiterou que a campanha na nação persa não acabou.

“Apesar da conquista fenomenal, precisamos manter os pés no chão. Muitos desafios nos aguardam. Precisamos manter o foco; não há tempo para descansar sobre os louros”, declarou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Eyal Zamir.

Embora o Exército israelense tenha indicado nesta manhã, após críticas do presidente americano, Donald Trump, sobre as violações do cessar-fogo, que não voltariam a atacar o território iraniano, Zamir enfatizou que a campanha contra o Irã não terminou.

“Concluímos um capítulo significativo, mas a campanha contra o Irã não acabou. Estamos entrando em uma nova fase, que se baseia nas conquistas da operação atual. Retardamos o projeto nuclear do Irã em anos, e o mesmo vale para seu programa de mísseis”, disse o líder das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), durante uma avaliação.

Zamir acrescentou que o foco das forças israelenses voltará à Faixa de Gaza, onde Israel e Hamas travam uma guerra desde outubro de 2023, com o intuito de resgatar os reféns ainda sob poder do grupo terrorista palestino e “desmantelar o regime” no enclave.

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“Agora, o foco retorna a Gaza, para trazer os reféns de volta e derrubar o regime do Hamas”, disse ele.

Cessar-fogo frágil

Irã e Israel trocaram acusações nesta terça-feira, 24, de violações dos termos do cessar-fogo anunciado na véspera por Trump. Autoridades em Tel Aviv denunciaram primeiro que as forças iranianas conduziram ataques contra seu território após às 7h00 locais, horário previsto para o início da trégua. Teerã negou ter lançado mísseis contra o país depois do prazo.

Depois do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciar uma retaliação ao país inimigo, um telefonema do chefe da Casa Branca fez o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reduzir o número de alvos atingidos. O Irã, por sua vez, afirmou que Israel, com isso, quebrou a trégua.

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Trump denunciou ambos países por violações e, num telefonema com Netanyahu depois dos ataques retaliatórios, deu um puxão de orelha no líder israelense – que se justificou dizendo que um bombardeio iraniano não poderia ficar sem resposta. O presidente americano, porém, reiterou que o cessar-fogo “está em vigor”.

Crise humanitária

Os holofotes estão sobre o Irã, mas as bombas continuam caindo em Gaza e as Nações Unidas condenaram Israel nesta terça-feira pelo “uso de alimentos como armas”, o que definiram como um “crime de guerra”. O alerta ocorreu em meio a incidentes recorrentes nos quais as forças israelenses abriram fogo perto de centros de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), deixando centenas de mortos. O grupo privado é apoiado pelos Estados Unidos e Israel e substituiu operações das Nações Unidas no enclave, mas tem recebido cada vez mais críticas por sua ineficácia.

“O mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel (em referência à GHF) está em contradição com os padrões internacionais de distribuição de ajuda”, disse o porta-voz do escritório de direitos humanos das Nações Unidas, Thameen Al-Kheetan. “A transformação de alimentos para civis em armas, além de restringir ou impedir seu acesso a serviços de suporte à vida, constitui um crime de guerra.”

O porta-voz das Nações Unidas também denunciou que “os militares israelenses bombardearam e atiraram em palestinos que tentavam chegar aos pontos de distribuição, causando muitas mortes”. Ele disse que, até o momento, “mais de 410 palestinos foram mortos como resultado, (enquanto) pelo menos outros 93 também foram supostamente mortos pelo exército israelense enquanto tentavam se aproximar dos poucos comboios de ajuda da ONU e de outras organizações humanitárias“. Pelo menos 3 mil palestinos ficaram feridos nesses incidentes, acrescentou Al-Kheetan.

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