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Israel deporta Greta Thunberg e mais 170 ativistas da flotilha de Gaza

Israel deportou 171 ativistas da Flotilha Global Summud, interceptada enquanto tentava levar ajuda humanitária a Gaza, para Grécia e Eslováquia nesta segunda-feira, 6. No X, antigo Twitter, o Ministério das Relações Exteriores israelense informou que há cidadãos da Grécia, Itália, França, Irlanda, Suécia, Polônia, Alemanha, Bulgária, Lituânia, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Eslováquia, Suíça, Noruega, Reino Unido, Sérvia e Estados Unidos entre a leva de expulsos. Entre eles, está a ativista sueca Greta Thunberg.

“Todos os direitos legais dos participantes dessa manobra de relações públicas foram e continuarão a ser totalmente respeitados. As mentiras que eles estão espalhando fazem parte de sua campanha de notícias falsas pré-planejada”, disse a publicação.

“O único incidente violento ocorreu com um provocador do Hamas-Sumud que mordeu uma funcionária da equipe médica da Prisão de Ketsiyot. Não acredite nas notícias falsas que eles estão espalhando. Em anexo, fotos de Greta e outros participantes dessa manobra de relações públicas no aeroporto antes de serem deportados”, acrescentou.

No sábado, 4, Nicolas Calabrese, militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), foi deportado junto a outros 136 ativistas em um voo turco. Argentino com nacionalidade brasileira e italiana, ele chegará ao Brasil às 19h no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Trata-se do primeiro dos 13 dos brasileiros detidos por Israel a ser libertado. O ativista Thiago Ávila e a deputada federal Luizianne Lins (PT) permanecem presos.

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Relatos de maus-tratos

Na véspera, o centro jurídico Adallah, que representa os ativistas, disse que os participantes detidos enfrentam “maus-tratos e agressões” nas prisões em Israel. O relatório dos advogados afirmou que os participantes detidos estão sem acesso a medicações e à água limpa. No sábado, 4, Greta disse a autoridades da Suécia que estava em uma cela com percevejos e que recebia pouca comida e água.

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Nove membros da flotilha que foram deportados para a Suíça alegaram privação de sono e falta de água e comida. Alguns deles teriam sido espancados, chutados e trancados em uma gaiola. Além deles, ativistas espanhóis denunciaram maus-tratos ao chegarem à Espanha no domingo. Parte da iniciativa, os jornalistas espanhóis Carlos de Barron e Nestor Prieto relataram que as autoridades israelenses assinaram uma declaração em nome dos ativistas deportados que afirmava que eles entraram ilegalmente no país.

“Eles colocaram documentos em hebraico na nossa frente, negando-nos o direito a um tradutor, e não recebemos assistência consular porque eles não permitiram que o cônsul (espanhol) entrasse no porto de Ashdod”, disse Prieto.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Israel definiu as acusações como “mentiras completas”. Um porta-voz afirmou à agência de notícias Reuters no fim de semana que todos os detidos tiveram acesso a água, comida e banheiros. Ele também frisou que “não tiveram acesso negado a aconselhamento jurídico e todos os seus direitos legais foram totalmente respeitados”.

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Entenda o caso

Mais de 40 barcos com suprimentos e 500 tripulantes de 40 países, incluindo o ativista brasileiro Thiago Ávila, tentavam romper o bloqueio israelense quando foram interceptados na última quarta-feira, 1°. Em comunicado, a iniciativa internacional disse que a frota foi rendida “ilegalmente” e que “as câmeras estão desligadas e as embarcações foram abordadas por militares”. Nas redes sociais, multiplicam-se apelos pré-gravados de pessoas que estavam nos navios e de seus familiares para que sejam libertados.

As autoridades israelenses, em guerra contra o Hamas em Gaza há quase dois anos, descartaram essas tentativas de levar ajuda ao enclave costeiro como acrobacias publicitárias e jogadas de marketing. Mais de 65 mil palestinos foram mortos — entre eles, 440 por fome, incluindo 144 crianças — desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.

Em junho, outra tentativa da flotilha também foi interceptada. A missão contava com a participação de 12 tripulantes, também com Thunberg e Ávila, que foram deportados por Israel. Enquanto estava detido, o brasileiro fez greve de fome e água.

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