Israel avalia a anexação de áreas da Cisjordânia ocupada como resposta à decisão de países como França, Reino Unido, Austrália e Canadá de reconhecer oficialmente um Estado palestino. Segundo autoridades, a ideia está sendo discutida em reunião do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, cujo foco principal é a guerra em Gaza.
Ainda não está definido se a medida valeria apenas para alguns assentamentos, para todos ou para regiões estratégicas, como o Vale do Jordão.
O tema é polêmico e deve acirrar as tensões na região. Palestinos reivindicam a Cisjordânia para um futuro Estado e já anunciaram que veriam a anexação como uma violação de seus direitos. Países árabes e ocidentais também tenderiam a condenar o movimento. A posição de Washington não é clara: nem a Casa Branca nem o Departamento de Estado comentaram.
Netanyahu já havia prometido anexar assentamentos e o Vale do Jordão em 2020, mas recuou em troca de acordos de normalização com Emirados Árabes Unidos e Bahrein. Agora, com o governo israelense sob pressão pela condução da guerra em Gaza e cada vez mais isolado, a volta da ameaça de anexação sinaliza um endurecimento político e uma tentativa de marcar posição contra o reconhecimento internacional da Palestina.
