Israel lançou nesta quinta-feira, 18, ataques ao Líbano, numa nova violação da trégua, a poucos dias do fim do prazo para o desarmamento da milícia Hezbollah. A operação ocorre na véspera da segunda reunião do comitê que monitora o cumprimento do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, em vigor desde novembro do ano passado. O novo encontro do mecanismo terá participação inédita de membros civis nomeados pelos governos israelense e libanês. Até então, o grupo era composto apenas por militares, pelos EUA, pela França e pela força de paz da ONU.
Segundo as Forças Armadas de Israel, os bombardeios atingiram infraestruturas militares, incluindo armazéns de armas, e locais de lançamento de mísseis em um complexo militar do Hezbollah, usado para treinamentos e cursos para combatentes. Os ataques se estenderam de áreas no Monte Rihan, no sul, à região de Hermel, no nordeste, na fronteira com a Síria, informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA, na sigla em inglês).
Em paralelo, o comandante do Exército do Líbano, Rodolph Haikal, reuniu-se com autoridades americanas, francesas e sauditas nesta quinta em Paris. Eles discutiram maneiras de fortalecer a presença militar libanesa na fronteira. No X, antigo Twitter, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da França, Fabien Mandon, disse que, juntos, os países buscarão “contribuir para a manutenção da estabilidade e da paz duradoura, respeitando a soberania do Líbano” e contornar os desafios de segurança na região.
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O Ministério das Relações Exteriores da França informou que os participantes concordaram em realizar uma conferência em fevereiro para apoiar as Forças Armadas libanesas. O compromisso de implementar a primeira fase do cessar-fogo perto da divisa com o território israelense continua “dentro do prazo estipulado”, segundo Haikal. Em agosto, Beirute orientou o seu Exército a elaborar um plano de desarmamento do Hezbollah na área fronteiriça ao sul do rio Litani até o final deste ano.
Há dúvidas, contudo, de que os militantes aceitarão a proposta em meio ao aumento das tensões com Israel. Desde a implementação da trégua, Israel e Hezbollah trocam acusações de violações dos termos. Nas últimas semanas, uma série de ataques israelenses foram registrados em Beirute.
O Líbano foi abalado pelo transbordamento do conflito em Gaza. O Hezbollah iniciou ataques a Israel em solidariedade aos palestinos, o que culminou em uma devastadora ofensiva israelense no sul do país. A nação abriga 1 milhão de refugiados sírios e palestinos e também luta para superar uma grave crise econômica desde 2019, após décadas de gastos perdulários arrasarem as finanças.
