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Israel ameaça inimigos após ataque a liderança do Hamas no Catar

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Israel prometeu continuar atacando “inimigos em qualquer lugar” após bombardear, na terça-feira (9), uma vila em Doha, capital do Catar, usada por líderes do Hamas.

O alvo principal, Khalil al-Hayya, chefe político do grupo e responsável por conduzir negociações indiretas de cessar-fogo, sobreviveu. O ataque matou o filho dele, o diretor de seu gabinete, três seguranças e um oficial da força de segurança catariana, segundo comunicado do Hamas.

“O braço longo de Israel atingirá seus inimigos em qualquer lugar. Não há lugar onde possam se esconder”, declarou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, em mensagem publicada no X. Ele afirmou ainda que, se o Hamas não aceitar os termos impostos por Israel para encerrar a guerra, “será destruído e Gaza será arrasada”.

O bombardeio interrompeu esforços diplomáticos para selar um acordo de cessar-fogo em Gaza, onde, de acordo com autoridades locais de saúde, mais de 64 000 palestinos já foram mortos desde outubro de 2023.

Israel anunciou, pouco antes da ofensiva, uma ordem de evacuação total em Gaza City, preparando uma campanha terrestre que já destruiu dezenas de edifícios, provocou centenas de mortes e deslocou dezenas de milhares de pessoas.

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A operação em Doha provocou forte reação internacional. O Catar chamou o episódio de “terrorismo de Estado” e prometeu resposta.

A Arábia Saudita denunciou a “violação brutal da soberania catariana”, enquanto os Emirados Árabes classificaram a ação como “covarde” e uma “escalada irresponsável”.

Até mesmo Donald Trump, aliado de Israel e mediador de uma proposta de cessar-fogo rejeitada pelo Hamas, criticou a operação:

“Bombardear unilateralmente dentro do Catar, aliado próximo dos EUA, não avança os objetivos de Israel nem da América”, escreveu no Truth Social.

Israel enfrenta críticas também em casa. O líder da oposição, Yair Lapid, pediu explicações sobre como a ação não colocaria em risco os reféns ainda mantidos em Gaza.

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Einav Zangauker, mãe de um dos sequestrados, disse estar “tremendo de medo” e questionou por que Benjamin Netanyahu “insiste em explodir qualquer acordo prestes a ser fechado”.

O ataque a Doha insere-se numa escalada regional conduzida por Israel nas últimas semanas.

Além de ofensivas diárias em Gaza e na Cisjordânia, o país bombardeou Síria e Líbano, realizou incursões terrestres nos dois países e matou o primeiro-ministro do governo rebelde houthi no Iêmen, junto a ministros de seu gabinete.

Em agosto, enfrentou o Irã em uma guerra de 12 dias que envolveu também forças americanas.

Analistas apontam que a ação contra o Hamas em território catari pode ter implodido de vez qualquer perspectiva de trégua.

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Diante da pressão internacional, Netanyahu afirmou que Israel “agiu de forma independente” e que a ofensiva “pode abrir caminho para o fim da guerra”.

A avaliação, porém, foi recebida com ceticismo tanto entre aliados quanto entre críticos internos.

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