A polícia do Irã anunciou nesta quinta-feira, 19, a prisão de 24 pessoas acusadas de espionagem a favor de Israel. O governo acusa os detidos de colaborarem com o Mossad, o serviço secreto israelense, em atividades com o objetivo de “desacreditar” a República Islâmica e semear desconfiança entre a população.
Desde os ataques israelenses iniciados na última sexta-feira, 13, que atingiram instalações militares e nucleares dentro do território iraniano, o regime endureceu o controle interno e ampliou operações contra supostos colaboradores estrangeiros.
Além das prisões, o governo intensificou a retórica contra qualquer manifestação considerada pró‑Israel. Centenas de pessoas foram interrogadas em diferentes províncias por divulgar conteúdos favoráveis ao “regime sionista”. Em Isfahan — onde Israel alega ter bombardeado um complexo nuclear — ao menos 60 cidadãos foram detidos sob acusação de ameaçar a “segurança psicológica” da sociedade, segundo o Ministério da Inteligência.
O governo também lançou uma campanha para que a população denuncie qualquer comportamento considerado suspeito. Cartazes espalhados por Teerã e outras cidades orientam os cidadãos a desconfiar de vizinhos que usem máscaras, óculos escuros à noite, chapéus fora do comum ou que recebam muitas entregas. Panfletos também pedem atenção a sons incomuns, como gritos, batidas metálicas e ruídos repetitivos.
O chefe da polícia nacional, Ahmad‑Reza Radan, gravou vídeo intimando supostos traidores a se entregarem em troca de clemência. O poder judiciário, por sua vez, pediu punição “rápida” para os acusados de colaborar com Israel.
O temor da infiltração do Mossad não é novo, mas ganhou força após autoridades israelenses afirmarem que seus agentes contrabandearam armas para dentro do Irã antes dos ataques da última semana.
De acordo com autoridades israelenses, os agentes estabeleceram uma base para o lançamento de drones explosivos dentro do Irã e, em seguida, usaram esses drones para atingir lançadores de mísseis perto de Teerã.