O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou nesta segunda-feira, 16, que seu país não quer “expandir o círculo da guerra” com Israel, mas que Teerã responderá “proporcionalmente” a qualquer ataque. As declarações foram feitas durante telefonema com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, segundo a mídia estatal iraniana.
Segundo o presidente, a “agressão” israelense matou civis, cientistas e líderes militares no Irã. “O Irã não iniciou esta guerra, mas responderá na mesma proporção do nível do ataque”, reforçou.
Ele também disse que a participação do Irã nas negociações nucleares com os Estados Unidos “depende apenas da cessação dos ataques do regime sionista aos países da região”.
As declarações acontecem no quarto dia de conflito Israel-Irã, após as forças israelenses terem lançado ataques em território iraniano na sexta-feira passada. A ação mirou, em particular, locais ligados ao programa nuclear iraniano e eliminou o alto escalão do comando militar do país. A República Islâmica continua afirmando que as atividades de enriquecimento de urânio não têm fins militares, embora países ocidentais e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmem que poderiam ser usadas para fabricar uma bomba atômica.
O Irã respondeu com ataques de mísseis contra cidades israelenses, que atingiram prédios residenciais e fábricas. Desde o início do conflito, pelo menos 22 israelenses, a maioria civis, morreram. Israel, por sua vez, matou ao menos 224 pessoas no Irã, 90% das quais seriam civis, segundo o Ministério da Saúde do país. Mais de 1.400 pessoas ficaram feridas.
Mais cedo, nesta segunda-feira, o Irã emitiu um comunicado alertando os moradores de Tel Aviv para deixarem a cidade o mais rápido possível, segundo a mídia estatal iraniana. Pouco antes, Israel havia informado que conquistou “controle total” do espaço aéreo de Teerã e ordenou que os habitantes da capital iraniana deixassem suas casas.
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã afirmou que a saída de Tel Aviv era necessária para a “segurança” dos israelenses. O alerta foi emitido logo após o governo israelense lançar uma ordem de retirada para o Distrito Três de Teerã.