O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira, 16, que seu país está pronto para responder a qualquer novo ataque militar, três semanas após um cessar-fogo que interrompeu a guerra contra Israel. Ele acrescentou que Teerã seria capaz de operações militares ainda mais significativas, tanto contra Tel Aviv como contra os Estados Unidos, do que as vistas durante o conflito de doze dias.
“O fato de nossa nação estar pronta para enfrentar o poder dos Estados Unidos e seu cão na coleira, o regime sionista (Israel), é muito louvável”, disse Khamenei em declaração transmitida pela TV estatal.
Israel e os Estados Unidos lançaram ataques às instalações nucleares do Irã no mês passado, alegando que faziam parte de um programa voltado para o desenvolvimento de armas nucleares. Teerã afirma que seu programa nuclear é puramente para fins civis.
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“A base atacada pelo Irã era uma base regional americana extremamente sensível”, afirmou o aiatolá, em referência a um bombardeio iraniano contra a base americana de Al Udeid, no Catar. Ele acrescentou: “Um golpe ainda maior poderia ser infligido aos Estados Unidos e outros”.
Negociações nucleares
Teerã está sob pressão para retomar negociações nucleares, que estavam em andamento com Washington antes do início do conflito. Os Estados Unidos, junto com França, Alemanha e Reino Unido, estabeleceram o final de agosto como prazo para um acordo.
Se não houver progresso até lá, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, alertou que todas as sanções internacionais ao Irã suspensas devido a um abrangente pacto nuclear assinado em 2015 (do qual o presidente americano, Donald Trump, se retirou unilateralmente em seu primeiro mandato) serão reaplicadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os iranianos argumentam que não há bases legais para reimpor as sanções e ameaçaram deixar um outro acordo, o Tratado de Não Proliferação Nuclear, em resposta.
“Tanto no campo diplomático quanto no militar, sempre que entramos em cena, o fazemos com as mãos ocupadas e não em uma posição de fraqueza”, declarou Khamenei nesta quarta. Sem dar mais detalhes, ele instou os diplomatas a seguirem as “diretrizes” e continuarem seu trabalho vigorosamente.
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Também nesta quarta, o Parlamento iraniano divulgou uma declaração afirmando que o país não deve retomar as negociações nucleares com os americanos enquanto “pré-condições” não forem atendidas.
“Quando os Estados Unidos usam negociações como ferramenta para enganar o Irã e encobrir um ataque militar repentino do regime sionista (Israel), as negociações não podem ser conduzidas como antes. Pré-condições devem ser estabelecidas e nenhuma nova negociação pode ocorrer até que sejam totalmente cumpridas”, afirmou o comunicado.
O Parlamento não definiu as pré-condições, mas o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, já havia dito anteriormente que é necessário garantias de que não haverá novos ataques contra Teerã.
