Quando o IBGE divulgar o IPCA-15 de agosto na manhã desta terça-feira, 25, o índice deve apresentar deflação.. É pelo menos isso que indicam duas análises enviadas para a VEJA NEGÓCIOS nesta segunda-feira. Se isso ocorrer efetivamente, vai significar que a taxa converge mais rápido em direção à meta estabelecida para os preços, o que parecia impensável até não muito tempo atrás.
“Projetamos deflação de 0,22% no mês, que levaria a inflação acumulada em 12 meses para 4,87%”, indica relatório da Warren Investimentos. Ou seja, se a meta de inflação, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta não está tão distante assim. “Esse resultado (deflação em agosto) representa uma desaceleração de 55 pontos-base em relação ao IPCA-15 de julho, que havia registrado alta de 0,33%”.
A projeção do Banco Daycoval é até um pouquinho mais otimista: queda de 0,24%, com “destaque para o alívio temporário nas contas de energia elétrica, reforçando viés de baixa da projeção de 5% no ano”. A frase faz parte de relações emitido pelo banco também nesta segunda-feira, 25.
Para o banco, a prévia da inflação oficial do país deve manter a tendência de deflação em arroz, feijão, ovos, aves, pescados, além de frutas e hortaliças. A Warren estima que a retração no preço do arroz será de 3% e do feijão de 1,75%. Carnes também devem apresentar redução de valor, que chegará a 0,44%.
E a Selic, também vai cair?
Não há no entanto nenhuma razão para imaginar que a queda da Selic pode ser antecipada pelo Banco Central. A opinião majoritária do mercado é a de que a Selic fica em 15% ao ano até o fim de 2025. Uma queda deve começar a ocorrer a partir do primeiro trimestre do ano que vem. Isso significa que, para os investimentos, a renda fixa segue bastante atrativa
A previsão para a Selic em 2025 é exatamente essa no Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na manhã de segunda-feira. Já com relação à inflação, os agentes do mercado consultados pela autoridade monetária derrubaram a previsão pela 13ª vez consecutiva. Agora, a projeção é que o IPCA termine o ano em 4,86% – é quase o mesmo projetado pela Warren. E, novamente, muito mais próximo da meta do que originalmente se pensava.