Envolvido nas investigações do escândalo do INSS, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, perdeu há alguns meses a eleição para compor o Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa — órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos.
Sob escrutínio da Polícia Federal, o Sindnapi também foi alvo recente de um mandado de busca e apreensão. Os agentes procuram informações sobre o destino de cerca de 4 bilhões de reais que o sindicato e outras organizações desviaram dos aposentados do INSS. Nada mais natural, portanto, a suspensão da entidade de determinadas atribuições até que tudo seja devidamente esclarecido.
A prudência, porém, nem sempre prevalece. Uma diretora do Sindnapi vai representar São Paulo na 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. Ela foi escolhida pelo Conselho Estadual.
Conferência é organizada pelo governo Lula
A conferência é organizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Conforme portaria assinada pela ministra Macaé Evaristo, o evento será realizado entre 16 e 19 de dezembro em Brasília, com o tema “Envelhecimento multicultural e democracia: urgência por equidade, direitos e participação”.
Segundo o Sindnapi, a escolha da diretora aconteceu no último dia 25, quando foram definidas propostas que serão defendidas em nível nacional. “Recebemos e sistematizamos 6.415 propostas nos cinco eixos em debate e conseguimos definir também 25 propostas de destaque para o estado de São Paulo”, explica a entidade.
Entre as propostas que serão defendidas pelo sindicato constam a discussão sobre orçamentos públicos e fundos para idosos, proteção à vida, saúde e cuidado integral.
Na quinta-feira, a Polícia Federal esteve na sede do Sindnapi exatamente em São Paulo. O presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, o ‘Milton Cavalo’, já foi convocado a prestar depoimento na CPI do INSS, mas usou o direito de permanecer em silêncio, beneficiado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal.
O sindicato não quis se pronunciar.
