O governo da Índia informou neste domingo, 15, que localizou a segunda caixa-preta do avião da Air India que caiu na última quinta-feira, 12, em Ahmedabad. O voo AI171 seguia para Londres quando perdeu sustentação segundos após a decolagem e caiu sobre uma área residencial. Apenas um passageiro sobreviveu ao desastre, que deixou 279 mortos, em um dos piores acidentes aéreos do país.
O gravador encontrado tem até duas horas de áudio da cabine, incluindo conversas entre os pilotos, alarmes e ruídos mecânicos. Ele foi retirado dos escombros de um alojamento estudantil atingido pela aeronave e será analisado por especialistas em Nova Délhi. A primeira caixa-preta, que armazena os dados técnicos do voo, já havia sido recuperada cerca de 28 horas após o acidente.
As autoridades esperam agora cruzar os parâmetros operacionais do voo com os áudios da cabine para entender o que causou a queda da aeronave logo após deixar a pista. Segundo relatos, o comandante Sumeet Sabharwal emitiu um pedido de socorro segundos após a decolagem. As primeiras hipóteses da investigação, conduzida com apoio do Reino Unido e dos Estados Unidos, apontam para possível falha no motor, nos flaps das asas ou no trem de pouso.
Entre os 279 mortos confirmados, 38 estavam em solo e foram atingidos quando o avião colidiu com o refeitório de um alojamento médico no bairro de Meghani Nagar. A bordo, viajavam 169 passageiros indianos, 53 britânicos, sete portugueses, um canadense e doze tripulantes. Até a noite de domingo, apenas 80 vítimas haviam sido identificadas — 47 foram reconhecidas por meio de testes de DNA.
De acordo com o site de rastreamento de voos Flightradar24, o Boeing atingiu uma altitude máxima de apenas 190 metros antes de desaparecer dos radares. Foi o primeiro acidente fatal registrado com um Boeing 787 Dreamliner desde que o modelo entrou em operação comercial, em 2011.
Após a tragédia, o governo indiano determinou que a Air India realize inspeções e manutenções adicionais nos 33 aviões do mesmo modelo ainda em operação na frota da companhia, que pertence ao Grupo Tata. Companhias aéreas de outros países continuam operando normalmente com o 787, que tem mais de mil unidades em atividade ao redor do mundo.
Os investigadores terão que considerar a possibilidade de erro humano e aspectos como a manutenção das aeronaves da companhia aérea, que vem tentando renovar sua frota envelhecida.