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Importância dos EUA para o Brasil é menor do que Trump pensa, diz Nobel de Economia

O vencedor do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman citou, mais uma vez, as excentricidades das ameaças tarifárias dos Estados Unidos contra o Brasil para criticar o presidente norte-americano Donald Trump. Krugman, que já defendeu até o impeachment de Trump pelo uso político das tarifas no caso brasileiro, voltou a afirmar nesta sexta-feira, 1, que o confronto com o Brasil é o mais “descarado” – dentre vários – caso de ilegalidade na política internacional trumpista e criticou o que identifica como arroubos anti-democráticos do líder republicano.

Alem disso, destacou os impactos positivos que o embate acabou tendo na popularidade do presidente Lula e, ainda, defendeu que o poder de barganha que os EUA têm sobre o Brasil sequer é tão grande quanto Trump imagina – e o recuo mais recente, com a Casa Branca tendo retirado quase 700 produtos da lista de tarifados do Brasil, seria a maior amostra disso. “Aparentemente, nós precisamos do que o Brasil nos vende e esta uma confissão implícita de que, ao contrário do que Trump sempre diz, são os consumidores americanos e não os exportadores estrangeiros quem paga tarifa”, provocou o economista em uma publicação em seu blog pessoal.

O confronto com o Brasil ilustra de uma maneira especialmente nítida as ilegalidades da onda de tarifas de Trump. Ilustra também, porém, a distância que existe entre a quantidade de poder que Trump aparentemente pensa que tem e a realidade.

Paul Krugman

Krugman, que venceu o Nobel de 2008 por seus trabalhos mostrando como o comércio exterior ajuda a ampliar a eficiência e a oferta de variedade e qualidade aos países, argumenta que, à despeito de os Estados Unidos serem o segundo maior comprador do Brasil, sua participação, na prática, não é tão grande.  “Na verdade, nós não temos um papel tão relevante no panorama geral das exportações brasileiras”, disse, mostrando os números.

Atualmente, os Estados Unidos respondem por cerca de 12% das exportações brasileiras, ficando atrás da China, com 28%, e até mesmo da União Europeia, que, caso considerada como um bloco único, leva outros 13%. “Trump e os seus assessores realmente acreditam que vão conseguir forçar uma nação com mais de 200 milhões de pessoas a abrir mão dos seus esforços em defender a democracia sendo que 88% do que ela exporta vai para outros países que não os Estados Unidos?”, questiona Krugman.

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