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Implante contraceptivo que custa até R$ 4 mil é incorporado no SUS

Antes disponível apenas para populações específicas no Sistema Único de Saúde (SUS), o implante contraceptivo Implanon foi incorporado na rede pública a pedido do Ministério da Saúde. Segundo anúncio feito nesta quinta-feira, 3, está prevista a distribuição 1,8 milhão de dispositivos até 2026 e 500 mil mulheres serão beneficiadas já neste ano. O método para evitar uma gravidez não planejada chega a custar R$ 4 mil, incluindo o implante e a aplicação, e age no organismo por até três anos.

O Implanon foi avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que abriu consulta pública até abril para a ampliação do dispositivo para mulheres entre 18 e 49 anos, faixa etária em idade reprodutiva. O implante subdérmico de etonogestrel estava disponível até então para profissionais do sexo, mulheres privadas da liberdade e que vivem com HIV em tratamento com dolutegravir ou em tratamento para tuberculose com aminoglicosídeos.

“Esse implante é muito mais eficaz que outros métodos para prevenir a gravidez não planejada. Essa decisão foi da Conitec, a pedido do Ministério da Saúde, e agora vamos orientar as equipes, fazer a compra e orientar as Unidades Básicas de Saúde de todo o Brasil para já no segundo semestre desse ano começar a utilizar no SUS”, afirmou, em nota, o ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Uma portaria oficializando a oferta deve ser publicada nos próximos dias e as áreas técnicas terão até 180 dias para efetivar a oferta do dispositivo, que poderá ser implantando por médicos e enfermeiros habilitados. O investimento será de cerca de R$ 245 milhões.

Como o implante funciona?

O Implanon é um bastão de plástico com 4 centímetros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro que é inserido logo abaixo da pele do braço. O dispositivo contém 68 mg do hormônio produzido em laboratório etonogestrel, que é semelhante à progesterona.

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“O implante libera uma pequena quantidade de etonogestrel continuamente na corrente sanguínea e sua ação impede que o óvulo seja liberado do ovário e também altera a secreção do colo do útero, dificultando a entrada de espermatozoides no útero”, explica documento do Ministério da Saúde.

Depois do período de três anos, um novo dispositivo pode ser colocado caso seja interesse da paciente. Se ela tiver o desejo de engravidar, não terá dificuldades, pois a “fertilidade retorna rapidamente após a remoção”, de acordo com o ministério.

“Essa decisão chega como uma política pública para transformar vidas. É mais um método e representa um avanço nas ações de fortalecimento do planejamento sexual e reprodutivo no país, que deve ser ofertado a todas as pessoas pelo SUS”, afirmou, em comunicado, Ana Luiza Caldas, secretária de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde.

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Outros métodos contraceptivos

Com a inclusão do Implanon, o SUS passa a oferecer oito métodos contraceptivos gratuitamente, sendo que apenas o implante subdérmico e o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre são classificados como contraceptivos reversíveis de longa duração (LARC, na sigla em inglês). Esses métodos são considerados eficazes porque driblam possíveis esquecimentos ou administração incorreta.

A rede pública oferece os preservativos, anticoncepcional oral combinado, pílula oral de progestagênio, injetáveis hormonais mensal e trimestral, laqueadura tubária bilateral e vasectomia.

Todas essas alternativas são importantes para evitar a gravidez sem planejamento, mas é fundamental usar camisinha nas relações sexuais, pois é o único método que impede infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis, gonorreia e HIV.

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“Além de prevenir a gravidez não planejada, o acesso a contraceptivo também contribui para a redução da mortalidade materna, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O Ministério da Saúde tem o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50%, entre mulheres negras até 2027”, informa a pasta.

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