A sexta-feira será complexa para investidores brasileiros. Enquanto a bolsa estava fechada para o feriado da Consciência Negra, na quinta, as bolsas americanas afundavam sob a pressão da Nvidia e a percepção de que os dados do mercado de trabalho dos EUA não abrem espaço para novos cortes de juros.
Foi uma daquelas viradas de chave típicas do mercado financeiro: quando o balanço da big tech foi publicado, na quarta-feira após o fechamento, o momento foi de celebração. Investidores compraram a ideia de que a empresa segue expandindo e que a inteligência artificial não se equipara a uma bolha.
Do lado do mercado de trabalho, a criação de vagas no fim de setembro se mostrou mais sólida do que o antecipado. Os números foram divulgados apenas ontem por causa do shutdown nos EUA.
Mas, ao longo da quinta-feira, as percepções foram se alterando, levando a um mergulho de mais de 2% no índice Nasdaq, que congrega as ações de tecnologia. E puxou junto o S&P 500 e o Dow Jones. O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, caiu 1,82% na quinta.
A sexta começa com baixas menores nas bolsas globais, o que tende a ser bom sinal. Mas o Ibovespa pode querer tirar o atraso do dia negativo no exterior – e isso indica a tendência de baixa.
No noticiário doméstico, o mercado se equilibra entre celebrar a retirada das tarifas 40% sobre produtos brasileiros, que haviam sido impostas por Donald Trump em julho, enquanto digere os riscos do Senado começar uma sabotagem contra as contas públicas, aprovando pautas-bomba em reação à indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal. Bons negócios.
