O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão desta quinta-feira, 4, em forte valorização de 1,67%, renovando seu recorde histórico e atingindo os 164,4 mil pontos. O dólar, por sua vez, ficou praticamante estável e cotado a 5,30 reais.
A bolsa continua em alta devido às expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos e no Brasil. O mercado aguarda ansiosamente a Superquarta, no dia 10 de dezembro, quando ambos os países anunciarão as decisões sobre o futuro de suas políticas monetárias. Do lado internacional, há a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), e do lado doméstico, a do Copom (Comitê de Política Monetária).
Nos EUA, um corte em dezembro é esperado por 89% dos especialistas, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group. Os principais indícios econômicos que levam a essa conclusão são os dados sobre o mercado de trabalho do país, que continua em desaceleração.
No Brasil, o tom do Banco Central é mais duro. Gabriel Galípolo, presidente da autoridade monetária, possui um viés de conservadorismo em relação à redução da taxa Selic. No entanto, o mercado acompanhou, nesta manhã, a divulgação do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre, que variou apenas 0,1%. A leitura é de desaceleração da economia nacional, o que aumentou as projeções de corte de juros aqui em janeiro de 2026.
“A taxa Selic elevada pesa diretamente sobre o consumo das famílias e os investimentos das empresas, reduzindo o ritmo de gastos e freando a expansão econômica”, afirma Volnei Eyng, CEO do conglomerado financeiro Multiplike. “Juros altos tornam mais caro financiar projetos e limitam a liquidez do mercado, o que explica, em parte, o resultado tímido do trimestre.”
Para Rubens Cittadin Neto, especialista em renda variável da Manchester Investimentos, a bolsa de valores brasileira também é impulsionada pelo setor de empresas, que vem pagando maiores dividendos aos seus investidores para “fugir da tributação”.
No mercado de ações, os principais bancos do país acompanharam a alta do Ibovespa. Os papéis do Itaú (ITUB4) valorizaram 2,46%, enquanto os papéis do Bradesco (BBDC3; BBDC4) apresentaram alta de 1,10% (BBDC3) e de 1,42% (BBDC4). O Santander (SANB11) avançou 1,02% e o Banco do Brasil (BBAS3), 1,74%.
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