O Ibovespa iniciou o pregão desta terça-feira (23) em terreno positivo, alcançando 159.281 pontos e recuperando parte das perdas registradas na sessão anterior. O movimento reflete a digestão, por parte dos investidores, dos dados mais recentes de inflação no Brasil, ao mesmo tempo em que o mercado aguarda a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e uma entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro. A tendência é de uma sessão mais esvaziada, diante da proximidade do feriado de Natal, que reduz a liquidez nos mercados.
No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, avançou 0,25% em dezembro, acelerando em relação à alta de 0,20% observada em novembro. O resultado veio levemente abaixo da mediana das projeções do mercado, que apontava para um aumento de 0,27%, segundo levantamento da Reuters, contribuindo para um alívio moderado nas expectativas inflacionárias de curto prazo.
Entre as empresas do varejo, o destaque ficou com a Magazine Luiza (MGLU3). O conselho de administração aprovou um aumento de capital de 400 milhões de reais, por meio da emissão de 36,9 milhões de novas ações ordinárias. Os papéis serão distribuídos na forma de bonificação, na proporção de uma nova ação para cada 20 já detidas pelos acionistas com posição em 29 de dezembro. Por volta das 11h, as ações da companhia avançavam 1,67%. Já a Alpargatas (ALPA4), dona da marca Havaianas, mostrava recuperação após forte queda no pregão anterior. Na segunda-feira (22), os papéis recuaram 2,39% em meio a críticas e pedidos de boicote por parte de políticos de direita a uma campanha publicitária estrelada pela atriz Fernanda Torres, movimento que resultou em perda de quase 200 mil reais em valor de mercado. Nesta terça, as ações reagiam positivamente, com alta de 1,14%.
O setor bancário também contribuiu para o desempenho positivo do índice, com todas as principais instituições operando no campo positivo. O Santander (SANB11) liderava os ganhos, com avanço de 1,16%, seguido por Bradesco (BBDC4), que subia 0,88%. O Banco do Brasil (BBAS3) registrava alta de 0,85%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) avançava 0,53%.
Cenário internacional
No mercado de câmbio, o dólar à vista abriu em alta, mantendo a tendência observada nos últimos dias. Tradicionalmente, o fim de ano é marcado por maior valorização da moeda americana, em função do fluxo de saída de recursos de investidores estrangeiros. Às 11h, o dólar registrava valorização de 0,22%, cotado a 5,57 reais.
Em Wall Street, os índices futuros, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, operavam próximos da estabilidade, após os ganhos generalizados da sessão anterior. Os investidores adotam postura cautelosa à espera de uma bateria de indicadores dos Estados Unidos, incluindo dados de crescimento econômico, inflação e confiança do consumidor, previstos para divulgação ao longo da manhã.
O índice de volatilidade VIX, conhecido como o “termômetro do medo” do mercado americano, encerrou a segunda-feira no menor patamar desde 16 de dezembro de 2024. O movimento indica uma melhora no apetite ao risco nos Estados Unidos, segundo avaliação de analistas, mesmo em um ambiente de cautela antes da divulgação de dados relevantes.