O Ibovespa abriu em queda nesta segunda-feira (22), recuando 0,96% às 10h28, aos 144.461,39 pontos. O movimento foi pressionado principalmente pelo setor de petróleo e pela forte desvalorização da Cosan (CSAN3), que caiu mais de 20% após anunciar uma oferta de R$ 10 bilhões para reduzir em 57% sua dívida corporativa. O mercado reagiu com cautela ao tamanho da operação, que pode gerar diluição dos acionistas.
No mesmo horário, o índice de volatilidade da bolsa brasileira registrava alta de 0,52%, a 15,38 pontos, enquanto o dólar comercial avançava e era negociado a R$ 5,34. Entre as principais empresas do setor de petróleo, Petrobras (PETR4) recuava 0,20% e Prio (PRIO3), 0,29%. No campo positivo, apenas oito ativos subiam, com destaque para Embraer (EMBR3), em alta de 3,80%, e Bradespar (BRAP4), com ganho de 0,64%.
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã, mostrou ajustes nas projeções do mercado para 2026. A expectativa de inflação medida pelo IPCA caiu de 4,30% para 4,29%, enquanto a projeção para a Selic recuou de 12,38% para 12,25%. Já para 2025, a previsão do IPCA permaneceu em 4,83%. A revisão indica um cenário de inflação mais controlada e de possível flexibilização monetária, o que tende a estimular a atividade econômica no médio prazo.
Fernando Haddad no Macro Day do BTG
Durante painel no Macro Day do BTG Pactual, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal e ressaltou a necessidade de criar condições políticas para eventuais ajustes nas regras. Ele afirmou não enxergar uma norma fiscal melhor que o atual arcabouço e destacou a importância de combater “desperdícios”, citando a revisão de supersalários no serviço público e mudanças na Previdência dos militares como medidas já em tramitação no Congresso.
Cenário internacional
Segundo a Reuters, as atenções se voltaram para declarações do presidente russo, Vladimir Putin, que afirmou estar disposto a prorrogar por um ano o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo Start), firmado com os Estados Unidos. O acordo, que limita o número de ogivas nucleares estratégicas e os meios de lançamento em cada país, expira em fevereiro de 2026. Putin condicionou a extensão ao mesmo compromisso por parte do presidente americano, Donald Trump.
A sinalização ocorre em meio a tensões geopolíticas e pode representar uma trégua parcial em um dos pontos mais sensíveis das relações entre Washington e Moscou. Analistas avaliam que uma eventual prorrogação do tratado reduziria riscos para a segurança global e traria maior previsibilidade ao ambiente internacional, fatores acompanhados de perto pelos mercados financeiros.