O Ibovespa perdeu nesta quinta-feira, 24, o que havia conquistado no pregão anterior. Perdeu mais do que isso: a queda de 1,15% no penúltimo dia da semana levou o índice de referência da bolsa de valores de volta aos 133,8 mil pontos – bastante distante da máxima do ano. Após iniciar 2025 em torno de 120 mil pontos, a bolsa ultrapassou os 140 mil pontos. Mas o cenário econômico agravado pela guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos voltou a trazer incerteza ao mercado de renda variável.
Para Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, a aproximação do prazo inicial para a entrada em vigor do tarifaço de Donald Trump pesou para o desempenho negativo da bolsa de valores. “Isso, na minha visão, tem levado investidores que carregam posição há mais tempo a iniciar movimentos de realização de lucros, inclusive com o objetivo de fazer caixa para eventuais oportunidades”, indicou o especialista.
Um dia ruim para o mercado de ações
Foi um dia bastante negativo. As ações da Vale (VALE3) encerram o pregão com queda acentuada, que por vezes se aproximou de 2% – justamente agora que o papel é tido por análise gráfica do Itaú BBA como passível de valorização. A Petrobras (PETR4) seguiu o mesmo caminho e caiu em torno de 0,1%. Não foram os únicos papéis de destaque com desempenho negativo. O Itaú (ITUB4) caiu pouco mais de 1%. O Bradesco (BBDC4) seguiu o mesmo caminho, com expressiva desvalorização: 1,30%.
A queda da bolsa de hoje tem a ver com as empresas do segmento financeiro da bolsa de valores, na opinião de Silva. Se trata de uma correção, uma vez que “o setor bancário vem entregando excelentes resultados trimestrais, um após o outro, o que atraiu muitos investidores em meio às incertezas fiscais”.
O futuro da bolsa de valores
Relatório de análise gráfica emitido antes do pregão desta quinta-feira pelo Itaú BBA mostrava que a bolsa de valores poderia enveredar por um caminho de novas altas com o resultado da quarta-feira. E poderia atingir 141,6 mil pontos, o que seria a máxima histórica. Mas a bolsa caiu, e assim, o que chama a atenção é o piso de 132,8 mil pontos. Se perder esse patamar, a bolsa pode experimentar ainda mais quedas. De certo mesmo, só a incerteza. O prazo final para um acordo antes do tarifaço de Donald Trump se aproxima. E a semana que vem promete ser de tensão no mercado nacional.