O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o pregão desta sexta-feira, 26, em alta de 0,27%, rondando os 160,8 mil pontos. O dólar, por sua vez, encerrou em alta, cotado a 5,54 reais. Em dia de ressaca após o Natal e de poucos catalisadores, os negócios operaram de olho no cenário eleitoral brasileiro e em conflitos geopolíticos.
No Brasil, os investidores reagem à carta de Jair Bolsonaro, divulgada na véspera, em que oficializa a pré-candidatura de seu filho, Flávio Bolsonaro, à Presidência. O texto, escrito à mão, foi lido pelo próprio senador em frente ao hospital DF Star, em Brasília, onde o ex-presidente passou por uma cirurgia de correção de hérnia inguinal. “Agora, a grande questão é observar se Flávio Bolsonaro conseguirá diminuir sua rejeição ao longo dos próximos dias, mais especificamente até abril”, afirma Felipe Cima, analista da Manchester Investimentos.
Além disso, também ganha destaque a notícia de que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a realização de uma audiência de acareação com o sócio do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. A medida faz parte do processo de investigação de fraudes financeiras que podem ter movimentado 17 bilhões de reais por meio da emissão de títulos de créditos falsos.
A leitura do mercado é de que o caso amplia a percepção de fragilidade institucional, elemento que pesa diretamente na avaliação de risco feita pelos investidores. Para o mercado, episódios desse tipo tendem a reforçar o prêmio de risco exigido ou até mesmo levar à exclusão do ativo das carteiras, especialmente quando há dúvidas sobre governança.
Entre as ações de maior peso no índice, os bancos oscilaram, em linha com o dia de pouca liquidez. O Santander (SANB11) liderou os ganhos, com alta de 0,53%, seguido pelo Banco do Brasil (BBAS3), que avançou 0,46%. O Bradesco (BBDC4) teve leve baixa de 0,05%, enquanto o Itaú (ITUB4) teve desvalorização de 0,06%.
No exterior, o destaque nos índices de moedas e ações é a valorização de metais preciosos, como ouro e prata. “Ela é impulsionada tanto pela perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos, que enfraquece o dólar ante ao real, quanto pela percepção de risco geopolítico, principalmente vindo do conflito entre EUA e Venezuela”, explica Guilherme Falcão, sócio da One Investimentos.
