O Ibovespa iniciou o pregão desta terça-feira (16) em leve alta, oscilando em torno dos 160 000 pontos, após devolver parte dos ganhos expressivos registrados na véspera. O movimento reflete a postura mais cautelosa dos investidores, que analisam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ao mesmo tempo em que acompanham, no exterior, a expectativa pela divulgação do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos.
Na ata divulgada hoje, o Banco Central avaliou que a postura cautelosa na condução da política monetária tem sido determinante para a desaceleração da inflação e reforçou o compromisso com o cumprimento da meta. O documento trouxe uma leitura mais construtiva sobre o ambiente internacional, os preços correntes e as expectativas do mercado, embora tenha destacado que os vetores inflacionários ainda seguem desfavoráveis, exigindo vigilância contínua.
No cenário doméstico, o mercado também repercute declarações do presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre a intenção de negociar com o Senado o projeto que reduz renúncias fiscais como forma de viabilizar o Orçamento de 2026, fator que deve influenciar o comportamento dos juros futuros ao longo do dia. Além disso, a Câmara aprovou um projeto que retira cerca de 1,5 bilhão de reais do Fundo Social da meta fiscal, mantendo despesas com educação e saúde fora do arcabouço. Na agenda oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, às 11h30, do encontro anual de gestores da Caixa e, às 16h, de reunião do Conselho de Participação Social, entre outros compromissos.
Na abertura, as ações dos grandes bancos operavam no campo negativo. O Santander (SANB11) liderava as perdas, com recuo de 1,18%, seguido por Banco do Brasil (BBAS3), em queda de 1,09%. Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) também registravam baixas, de 1,00% e 0,79%, respectivamente. O setor de petróleo acompanhava o movimento de queda, com Prio (PRIO3) recuando 1,27%, PetroRecôncavo (RECV3) caindo 1,12% e Brava Energia (BRAV3) cedendo 0,95%.
Cenário internacional
No exterior, o tom predominante é de prudência antes da divulgação de uma série de indicadores nos Estados Unidos que podem ajudar a calibrar as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve em 2026. Além dos dados consolidados do mercado de trabalho referentes a outubro e novembro, o mercado acompanha ainda os números de vendas no varejo e do Índice de Gerentes de Compras (PMI), previstos para esta terça-feira. Já na quinta-feira, o foco se volta para o relatório de inflação, ainda que parte das informações esteja ausente em razão da mais longa paralisação do governo americano. Para Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, o mercado entende que o mercado de trabalho é um grande vetor para o Banco Central americano. “Com todas essas agendas importantes a gente vê o índice dólar operando em direção oposta. O mercado e os investidores estão atentos aos dados que serão divulgados agora pela manhã,” explica.
Por volta das 11h, o dólar operava praticamente estável, cotado a 5,42 reais. Em Wall Street, os índices futuros indicavam leve aversão ao risco: o Dow Jones Futuro recuava 0,04%, o S&P 500 Futuro caía 0,10%, e o Nasdaq Futuro tinha baixa de 0,15%.